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Citi: Recuperação verde não será o fim de grandes petrolíferas

Os veículos movidos a eletricidade, a célula de combustível e o gás natural deverão eliminar quase 15 milhões de barris por dia do crescimento da procura por petróleo até 2040, de acordo com a BloombergNEF.

Reuters
26 de Julho de 2020 às 15:00
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O petróleo e outros combustíveis fósseis ainda terão procura durante pelo menos três décadas, mesmo com o objetivo dos países de usarem os pacotes de recuperação pós-vírus para acelerarem a descarbonização da economia global, segundo o Citigroup.

Grandes petrolíferas como a Royal Dutch Shell, BP e Exxon Mobil também têm oportunidades de investir em tecnologias e processos destinados a reduzir o impacto climático dos combustíveis à base de hidrocarbonetos, sublinhou Ed Morse, responsável global de análise de commodities do Citigroup, em entrevista à Bloomberg.

"Não é o fim das grandes ou pequenas petrolíferas", referiu Morse. "Esta epidemia estimulou a regulamentação, principalmente na Europa, e incentivou investimentos para reduzir o petróleo como combustível de transporte e diminuir o carvão e, até certo ponto, o gás natural como combustível de geração de energia, mas eles não vão desaparecer nos próximos 30 anos".

Os veículos movidos a eletricidade, a célula de combustível e o gás natural deverão eliminar quase 15 milhões de barris por dia do crescimento da procura por petróleo até 2040, de acordo com a BloombergNEF.

A procura total por petróleo não deverá retornar aos níveis pré-vírus pelo menos até o final de 2021, ao passo que o mercado de carvão térmico "está numa situação difícil", destacou esta semana a BHP, produtora de ambas as matérias-primas.

Os combustíveis rodoviários vão beneficiar da maior procura em países africanos, um fator que será apoiado por preços mais baixos à medida que o petróleo for substituído por veículos elétricos em economias avançadas, segundo Morse. "A procura por combustíveis de transporte naquele continente irá neutralizar o que está a acontecer nas economias avançadas e, até certo ponto, na China", afirmou.

No curto prazo, o Citi vê a produção de petróleo nos EUA em contínua queda até meados de 2021 devido ao menor número de plataformas e aos cortes dos investimentos.

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