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Britânica Anglo American recusa proposta "oportunista" da BHP

A australiana BHP viu recusada a sua proposta de aquisição da Anglo American por 36 mil milhões de euros, devido à complexidade da oferta e a subvalorização da empresa. Uma nova proposta pode ser submetida até 22 de maio.

Um dia depois do setor mineiro ter sido agitado por uma possível junção de duas das maiores mineiras do mundo, a britânica Anglo American optou por não aceitar a proposta de aquisição pela australiana BHP, de 31 mil milhões de libras (36 mil milhões de euros ao câmbio atual).

"A proposta da BHP foi oportunista e falha em avaliar as perspetivas da Anglo American, ao mesmo tempo que dilui significativamente o valor relativo da participação dos acionistas da Anglo American em relação aos acionistas da BHP", refere o "chairman" da empresa britânica, num comunicado citado pela Reuters.

A proposta da australiana BHP acontece no âmbito da sua estratégia para expandir os seus ativos de cobre, o metal industrial que mais tem brilhado este ano.

Só este ano o preço do cobre - um material com elevado procura por ser essencial para a transição energética - já subiu 15% nos mercados mundiais. E é esperado que a procura aumente 24% na próxima década, de acordo com as projeções da Wood Mackenzie, citadas pelo The New York Times.

Outra das razões para o declínio da proposta prende-se com a sua complexidade que no entender dos britânicos era "muito pouco atrativa, dada a incerteza e a complexidade inerente da proposta e os seus riscos significativos de execução", pode ler-se no comunicado.

A oferta da empresa australiana obrigava a que a participação da Anglo American na Anglo American Platinum e na Kumba Iron Ore - ambas na Àfrica do Sul onde a BHP não tem ativos - fosse diluída pelos seus acionistas.

Esta quinta-feira a oferta apresentada, de 25,08 libras por ação, considerava um prémio de 31% face à cotação de fecho de quarta-feira, o que levou os títulos da Anglo American a valorizar 16,1% para 25,6 libras.

"O facto de as ações estarem a ser negociadas pouco acima do que a BHP está a oferecer sugere uma de duas coisas - ou a BHP vai aumentar a sua oferta ou tornar o negócio mais atrativo de alguma forma, ou vai existir uma segunda oferta de outro mineiro diversificado como a Glencore", explicou ao The Guardian o analista de energia da Quilter Cheviot, Jamie Maddock.

De facto, segundo indica a Reuters, há um crescente consenso de que a BHP terá de aumentar a oferta ou o formato da proposta para conseguir realizar a operação. A mineira australiana tem até 22 de maio para fazer uma proposta vinculativa.

As atenções estão também centradas nos problemas de concorrência que um acordo poderia gerar, em particular na exploração de cobre, na China, e carvão metalúrgico, no Japão e na Índia.
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