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Britânica Anglo American rejeita proposta melhorada da australiana BHP

Mesmo depois de a BHP ter revisto em alta o valor da aquisição de 31 para 34 mil milhões de libras, a Anglo American voltou a recusar a proposta de aquisição.

Bloomberg
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A britânica Anglo American recusou pela segunda vez uma proposta de aquisição feita pela australiana BHP, no âmbito da estratégia para expandir os seus ativos de cobre, o metal industrial que mais tem brilhado este ano.

Esta segunda oferta avaliava a empresa em cerca de 34 mil milhões de libras (39,53 mil milhões de euros ao câmbio atual), um valor superior aos 31 mil milhões de libras (36 mil milhões de euros) propostos inicialmente no final de abril.

"A BHP está desapontada com o facto de o conselho de administração da Anglo American ter optado por não dialogar com a BHP no que diz respeito à proposta revista e à melhoria das condições", afirmou a empresa num comunicado visto pela Reuters.

"A BHP continua a acreditar que uma combinação das duas empresas daria um valor significativo a todos os accionistas", pode ainda ler-se.

Esta segunda proposta, tal como a primeira, ainda incluía um "spin off" das unidades sul-africanas da Anglo American e obrigava a que a participação da mineira britânica na Anglo American Platinum e na Kumba Iron Ore - ambas na Àfrica do Sul onde a BHP não tem ativos - fosse diluída pelos seus acionistas.

A pressão está agora do lado da britânica que terá de mostrar aos acionistas como poderá entregar mais valor sem se juntar à BHP. Do lado da australiana, para haver acordo o valor terá de aumentar, sendo que uma aquisição hostil também é possível.

Uma fusão destas duas empresas, que são das maiores mineiras a nível mundial, poderia criar um dos maiores colossos do setor, particularmente de exploração de cobre, e marcar a maior transação da indústria em vários anos.

Só este ano o preço do cobre - um material com elevado procura por ser essencial para a transição energética - já subiu 15% nos mercados mundiais. E é esperado que a procura aumente 24% na próxima década, de acordo com as projeções da Wood Mackenzie, citadas pelo The New York Times.

A Anglo American, que opera em minas em países como o Chile, a África do Sul, o Brasil e a Austrália e tem uma participação de 85% no grupo De Beers - a empresa mundial líder no setor dos diamantes - tinha uma capitalização bolsista de 29 mil milhões de libras antes de a oferta ter sido tornada pública. Por sua vez, a BHP é a maior empresa mineira cotada em bolsa, com uma capitalização de 134,45 mil milhões de euros.

Caso existisse acordo, aumentaria de forma massiva o acesso a cobre por parte da empresa australiana - que adquiriu a Oz Minerals por 9,6 mil milhões de dólares australianos há precisamente um ano - devido às operações da britânica na América do Sul.

A mineira australiana tem até 22 de maio para fazer uma proposta vinculativa.
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