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Simplifique a sua carteira

É uma tendência normal das pessoas: complicar algo que pode ser simples. Nos investimentos, a tendência torna-se muitas vezes em compulsão, porque os altos e baixos dos mercados injectam doses intensas de incerteza. O excesso de...

10 de Julho de 2009 às 09:40
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Se não quer passar o tempo preocupado com os produtos onde há-de aplicar o seu dinheiro, saiba que bastam sete fundos de investimento para conseguir gerir os seus activos com sucesso para o resto da vida. Conheça as soluções.

É uma tendência normal das pessoas: complicar algo que pode ser simples. Nos investimentos, a tendência torna-se muitas vezes em compulsão, porque os altos e baixos dos mercados injectam doses intensas de incerteza. O excesso de activos nunca foi boa política: é mais difícil saber qual a sua exposição financeira aos vários segmentos de mercado e é quase impossível determinar os desempenhos individuais dos componentes do seu portefólio.

A gestão dos seus activos pode ser muito fácil. Basta que tenha sete fundos debaixo de olho e que perca um par de horas por ano. Para os aforradores menos experientes, os fundos de investimento são uma solução quase milagrosa: são baratos (em geral), simples de compreender, exigem aplicações reduzidas e são geridos por profissionais. Um fundo não é mais do que um portefólio de activos que obedece a um certo critério que é gerido por um especialista em nome dos verdadeiros donos - os investidores. O Espírito Santo Monetário, o maior fundo português, é composto por activos de curto prazo escolhidos pelos profissionais da ESAF, a sociedade gestora do Banco Espírito Santo, em nome de cerca de 19 mil aforradores. Como pagamento, o grupo BES fica com 0,53% dos activos todos os anos.

Ao longo da sua vida, provavelmente necessitará de sete fundos: um que invista em acções mundiais, um de acções europeias, um de acções portuguesas, um de acções mais agressivas (normalmente de pequenas e médias empresas), um de obrigações, um indexado à inflação e um de tesouraria.

Distribuição lógica
Há uma regra muito importante que deve seguir: a exposição ao risco deve diminuir à medida que o objectivo se aproxima, seja a reforma seja a compra de um carro. Para que conste, os fundos de acções são mais arriscados do que os fundos de obrigações e quanto mais específico for um produto, mais risco tende a ter. Assim, enquanto um investidor em início de carreira deve ter a maior parte do seu dinheiro aplicado no mercado accionista quando faz o planeamento de reforma, um aforrador no final da vida activa deve ter o grosso do portefólio na segurança das obrigações soberanas e dos títulos indexados à inflação. Desta regra é possível extrapolar outra: não invista em acções se tiver menos de uma década para capitalizar o dinheiro.

Outro princípio fundamental de uma estratégia de sucesso é nunca parar de investir. Quer o mercado esteja a subir quer esteja a cair a pique, compre unidades de participação de fundos em intervalos regulares. O ideal é definir que, logo que receba o vencimento, uma boa parte dele seja dirigido para a carteira de investimentos. Se fizer isso, garante que o seu preço médio de compra é sempre inferior à cotação máxima do activo, ou seja, quando chegar a hora de resgatar o capital sabe que ganhou dinheiro.

Depois de ter a sua estratégia traçada para os próximos anos, deixe que o mercado faça o resto. Ignore os altos e baixos de curto prazo e olhe para o futuro. Apenas precisa de confirmar que os produtos eleitos continuam a ser os melhores em intervalos regulares. Duas horas por ano para fazer essa investigação são suficientes. Apesar da crise mundial, uma carteira composta em partes iguais pelos fundos que conhecerá a seguir teria rendido 3,86% por cada um dos últimos cinco anos.

Fundos cotados são alternativa
Para a sua estratégia de longo prazo prosseguir, não precisa de se contentar com os fundos tradicionais oferecidos pelo seu banco. Os fundos cotados (conhecidos por "exchange-traded funds", ETF ou "trackers") são uma excelente alternativa: primam por comissões ainda mais baixas e são ainda mais fáceis de compreender. Regra geral, os fundos cotados replicam um índice de mercado. Logo, os seus gestores não cometem erros, porque, na verdade, estão a comprar todo o mercado. O único problema destes produtos é que são comprados como se fossem acções, logo, é preciso pagar comissões de intermediação ao banco ou ao corretor. Para minimizar o impacto desses custos, escolha o intermediário mais barato e negoceie um mínimo de 2.500 euros de cada vez. Na última análise do Investidor Privado, a Caixa Geral de Depósitos era o intermediário financeiro mais barato nos negócios nos mercados Euronext. Se não tem já 2.500 euros, acumule no seu fundo de tesouraria. Pode começar a aforrar no SGAM Fund Money Market Euro, com 120 euros.

Se o seu banco não tiver os fundos propostos de seguida, não há problema. Procure os produtos mais semelhantes que encontrar. Porém, não se deixe prender se a oferta for fraca.

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