Notícia
Quase todos os PPR longe de garantir reformas
O Negócios foi injusto, mas repõe a verdade: alguns PPR tiveram um desempenho real positivo numa aplicação trimestral nos últimos seis anos e dois meses. Infelizmente, menos de 3% dos aforradores escolheu os melhores produtos.
22 de Setembro de 2009 às 09:00
O Negócios foi injusto, mas repõe a verdade: alguns PPR tiveram um desempenho real positivo numa aplicação trimestral nos últimos seis anos e dois meses. Infelizmente, menos de 3% dos aforradores escolheu os melhores produtos.
O Negócios errou: no artigo "PPR Longe de Garantir Reformas", publicado há uma semana, os cálculos pecaram devido à incorrecta introdução de uma data. Mas a principal conclusão mantém-se: os portugueses estão a perder dinheiro com os fundos de poupança-reforma.
Nesse artigo indicámos que os aforradores que tivessem investido trimestralmente 1.250 euros num dos nove PPR analisados teriam perdido, em média, 0,19% por ano. Porém, com os cálculos revisto, os planos de aforro trimestral teriam gerado anualmente um resultado médio positivo de 0,48%. Contudo, nenhum valor se aproxima realmente do desempenho obtido pela maioria dos aforradores.
O problema é que essa maioria escolheu os piores PPR para aplicar o seu pé-de-meia de reforma. Cerca de 71% dos mais de 313 mil participantes dos nove PPR analisados têm o dinheiro aplicado nos produtos que geraram perdas efectivas num plano trimestral nos últimos seis anos e dois meses: Santander Poupança Investimento FPR, BPI Reforma Segura PPR e BPI Reforma Investimento PPR. Na verdade, o resultado médio ponderado pelo número de participantes de cada um dos nove fundos foi uma perda de 0,64% por ano.
A maior injustiça do erro de cálculo do Negócios foi para os gestores e os participantes do Alves Ribeiro PPR. Ao contrário do indicado na semana passada, o plano trimestral neste produto do Banco Invest gerou um ganho anual de 3,96%. "O bom desempenho do fundo deve-se, genericamente, à manutenção destes pesos [de 50% em dívida pública, 30% em dívida privada e 20% em acções] à medida que os activos com risco (acções e crédito) foram desvalorizando e a dívida pública foi subindo", o que aconteceu desde meados de 2007 até ao primeiro trimestre de 2009, explica Paulo Monteiro, responsável pela gestão de activos do Banco Invest. "Esta estratégia, permitiu, na prática, beneficiar efectivamente da acentuada recuperação das acções e crédito ocorrida desde Março." Infelizmente, apenas um em cada 1118 subscritores escolheu o melhor dos nove produtos analisados pelo Negócios.
Outra grande injustiça foi para o Espírito Santo PPR, que rendeu anualmente 2,73%, mesmo contabilizando as comissões em vigor em todos os trimestres em que foi simulada uma subscrição de 1250 euros. O Millennium Poupança PPR também foi prejudicado, já que alcançou uma rendibilidade anual de 2,01%. Agora que a legislação impede as sociedades gestoras de cobrar pela transferência de PPR (à excepção dos PPR garantidos, cuja comissão máxima é de 0,5% do valor transferido), pode ser que os aforradores dos restantes PPR pensem em comprar um bilhete só de ida para as suas poupanças de reforma para uma melhor solução de aforro.
O Negócios errou: no artigo "PPR Longe de Garantir Reformas", publicado há uma semana, os cálculos pecaram devido à incorrecta introdução de uma data. Mas a principal conclusão mantém-se: os portugueses estão a perder dinheiro com os fundos de poupança-reforma.
O problema é que essa maioria escolheu os piores PPR para aplicar o seu pé-de-meia de reforma. Cerca de 71% dos mais de 313 mil participantes dos nove PPR analisados têm o dinheiro aplicado nos produtos que geraram perdas efectivas num plano trimestral nos últimos seis anos e dois meses: Santander Poupança Investimento FPR, BPI Reforma Segura PPR e BPI Reforma Investimento PPR. Na verdade, o resultado médio ponderado pelo número de participantes de cada um dos nove fundos foi uma perda de 0,64% por ano.
A maior injustiça do erro de cálculo do Negócios foi para os gestores e os participantes do Alves Ribeiro PPR. Ao contrário do indicado na semana passada, o plano trimestral neste produto do Banco Invest gerou um ganho anual de 3,96%. "O bom desempenho do fundo deve-se, genericamente, à manutenção destes pesos [de 50% em dívida pública, 30% em dívida privada e 20% em acções] à medida que os activos com risco (acções e crédito) foram desvalorizando e a dívida pública foi subindo", o que aconteceu desde meados de 2007 até ao primeiro trimestre de 2009, explica Paulo Monteiro, responsável pela gestão de activos do Banco Invest. "Esta estratégia, permitiu, na prática, beneficiar efectivamente da acentuada recuperação das acções e crédito ocorrida desde Março." Infelizmente, apenas um em cada 1118 subscritores escolheu o melhor dos nove produtos analisados pelo Negócios.
Outra grande injustiça foi para o Espírito Santo PPR, que rendeu anualmente 2,73%, mesmo contabilizando as comissões em vigor em todos os trimestres em que foi simulada uma subscrição de 1250 euros. O Millennium Poupança PPR também foi prejudicado, já que alcançou uma rendibilidade anual de 2,01%. Agora que a legislação impede as sociedades gestoras de cobrar pela transferência de PPR (à excepção dos PPR garantidos, cuja comissão máxima é de 0,5% do valor transferido), pode ser que os aforradores dos restantes PPR pensem em comprar um bilhete só de ida para as suas poupanças de reforma para uma melhor solução de aforro.