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Potencial de crescimento está em África

Depois da entrada de Isabel dos Santos no capital da Zon Multimédia no final do ano passado, a companhia anunciou a parceria para o lançamento de televisão por satélite em Luanda. Um desenvolvimento do qual ainda não são conhecidos muitos detalhes, mas...

02 de Março de 2010 às 09:30
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Zon Multimédia |
A empresa liderada por Rodrigo Costa anunciou recentemente a expansão para Angola.


Acções beneficiam da entrada de Isabel dos Santos no capital da operadora portuguesa.






Depois da entrada de Isabel dos Santos no capital da Zon Multimédia no final do ano passado, a companhia anunciou a parceria para o lançamento de televisão por satélite em Luanda. Um desenvolvimento do qual ainda não são conhecidos muitos detalhes, mas que representa mais um passo na expansão internacional da companhia que nasceu no seio da Portugal Telecom (PT).

No final de 2009, a companhia liderada por Rodrigo Costa anunciou o acordo com a Kento, "holding" da angolana Isabel dos Santos, para que esta entrasse no seu capital. O contrato pressupõe a aquisição de 10% do capital da operadora a dois accionistas, a CGD e a Cinveste, e ainda as acções próprias da empresa, por 163,8 milhões de euros, o que corresponde a um prémio de 26,5%.

Este foi um desenvolvimento para o qual os analistas se manifestaram favoravelmente. Para o BPI, o prémio de aquisição das acções próprias oferece "um forte potencial de subida às acções". Por outro lado, o mesmo banco sublinha que "o encaixe de 76 milhões de euros melhora a situação de liquidez do balanço, que estava sob pressão dado os fortes planos de investimento que estão a ser implementados". Já o Espírito Santo Equity Research (ESER) destacou que a entrada da empresária angolana torna a "estrutura accionista" da companhia "mais saudável, com a entrada de um parceiro de relevo".

Este negócio surge depois de a empresa ter manifestado o interesse em novos negócios, nomeadamente na área da televisão paga e distribuição de conteúdos, nos países de língua portuguesa. Já em Fevereiro, a Zon e a empresa angolana de Isabel dos Santos, Finstar, anunciaram o lançamento de um novo serviço de televisão por satélite em Luanda, o "ZAP". A Zon terá uma posição de 30% enquanto os restantes 70% serão detidos por Isabel dos Santos. A companhia, que em 2007 se separou da PT, já está presente em Moçambique, através dos cinemas e da Sport TV África.

Nuno Matias, analista do ESER, defende que os detalhes desta operação ainda são escassos, pelo que é difícil avaliar o impacto potencial para a Zon. Contudo, o especialista frisa que a operação "pode representar uma fonte de valor adicional para a Zon Multimédia".

No mercado nacional, "a Zon Multimédia continua a ter o domínio do negócio de TV", mas o Goldman Sachs alerta que "a vigorosa resposta da Portugal Telecom deverá limitar o potencial da Zon em aumentar a sua quota". Também o Barclays Capital, numa nota de antevisão dos resultados que serão conhecidos esta semana, apresenta uma perspectiva "negativa", pois os números deverão evidenciar uma quebra de três mil subscritores dos seus serviços de televisão no quarto trimestre de 2009.

O Banif IB identifica alguns riscos potenciais para as acções da empresa. O banco destaca a pressão nos resultados, devido a "um ambiente competitivo extremamente agressivo", as restrições na política de dividendos, como resultado das limitações em termos de geração de "cash flow" pelas pressões de alavancagem, e as dificuldades em implementar eficiência nos custos.




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