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Modelo de negócio dá conforto à tecnológica

A Cisco está sentada num pote de ouro. A tecnológica tem 29,5 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros) em disponibilidades financeiras, que podem ser utilizadas para ajudar os clientes. Carlos Brazão, presidente da Cisco Portugal, fala destas

Modelo de negócio dá conforto à tecnológica
10 de Fevereiro de 2009 às 11:33
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John Chambers | O gestor já teve
de passar por várias crises económicas
Empresa tem de actuar ao nível da redução de custos, mas não prevê despedimentos

A Cisco está sentada num pote de ouro. A tecnológica tem 29,5 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros) em disponibilidades financeiras, que podem ser utilizadas para ajudar os clientes. Carlos Brazão, presidente da Cisco Portugal, fala destas disponibilidades como "uma grande ferramenta que temos nestes tempos menos estáveis", que permite "financiar clientes".

E com isso talvez contornar um dos problemas que as empresas hoje têm - a falta de liquidez da banca . Esta é uma das "forças" que a Cisco admite ter nestes tempos difíceis. Mas provou que não fica imune às debilidades económicas. O negócio caiu e o presidente da Cisco, John Chambers, já apontou para uma previsão de queda de 15 a 20% para o terceiro trimestre (até final de Abril). Como os analistas olham para a empresa como motor tecnológico, sendo um bom indicador sobre os investimentos das empresas.



É que, diz Sam Wilson, analista da JMP Securities, citado pela Bloomberg, a Cisco está provavelmente a tirar mercado aos concorrentes mais pequenos, porque os clientes preferem comprar a grandes fornecedores num momento de degradação económica. De qualquer forma, a queda prevista para o terceiro trimestre e a registada no segundo deixam perceber que os clientes não estão a comprar tanto, havendo muitas decisões adiadas.

A Cisco, apesar de apontar uma queda de 15 a 20% para o trimestre que está a decorrer, garante ter um negócio sólido e que está bem posicionada para "sair da crise mais forte", garante Carlos Brazão, tal como, diz, saiu das anteriores.

Agora, acredita que o modelo de negócio, assente em parceiros (para vendas e prestação de serviços), permite-lhe enfrentar de frente a crise. É precisamente este modelo de negócio que determina, segundo Carlos Brazão, que os serviços pesem cerca de 20% do volume de negócios da Cisco, representando as vendas de produtos 80%. Mas, diz o gestor em Portugal, das vendas de produtos 80% delas são recorrentes, ou seja, são de projectos em curso ou expansões naturais dos clientes. Nos serviços, os contratos, que são plurianuais, permitem rendas entre três a cinco anos.

Daí que se estime que, se o modelo de negócio da Cisco não assentasse nas vendas indirectas, o volume de negócios poderia atingir os 14 ou 15 mil milhões de dólares num trimestre. No segundo trimestre deste ano, que terminou dia 24 de Janeiro, a Cisco facturou nove mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros), uma queda face ao período homólogo de 7,5%.

Os custos operacionais cresceram, no mesmo período, 1,26%, provocando uma erosão nos resultados líquidos de 21,5%. John Chambers já traçou como objectivo a redução de custos da empresa em mil milhões de dólares. John Chambers garantiu que não vai fazer despedimentos, podendo haver reajustes em 1500-2000 funções.

Carlos Brazão assegura que o corte de custos se fará com a utilização de mais tecnologia de colaboração. Dá o exemplo: muitas reuniões em telepresença, que provocará menos despesas em viagens e aumentos de produtividade.
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