Notícia
Invista como um milionário
Dizem as estimativas que a probabilidade de o leitor ser milionário é de 0,001%. É pouco provável que seja um dos 8,6 milhões de investidores com mais de um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros), mas isso não o impede de investir como...
12 de Agosto de 2009 às 10:29
Para a sua carteira ser uma pequena réplica de um portefólio milionário precisa de 12 fundos de investimento.
Dizem as estimativas que a probabilidade de o leitor ser milionário é de 0,001%. É pouco provável que seja um dos 8,6 milhões de investidores com mais de um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros), mas isso não o impede de investir como tal. Basta que recorra aos fundos de investimento.
A consultora Cap Gemini e a unidade de gestão de patrimónios da Merrill Lynch publicaram um estudo no qual identificam os activos eleitos pelas pessoas mais ricas do mundo. Não é difícil adivinhar o que está a acontecer aos portefólios dos milionários: o peso das acções está a diminuir rapidamente, em contraste com o aumento das percentagens do capital aplicado em obrigações e em tesouraria. A queda do peso das acções não é só explicada pela desvalorização dos activos bolsistas. "Os resultados mostram que os indivíduos de elevado património começaram a perder a confiança nos mercados, reguladores e, em alguns casos, nas sociedades de consultoria financeira", registam Dan Sontag e Bertrand Lavayssière, presidente da gestão de património da Merrill Lynch e director da Capgemini, respectivamente.
"Eles também estenderam as alocações para investimentos mais seguros." Em média, os milionários aumentaram a percentagem da carteira aplicada em depósitos e títulos de tesouraria de 17% para 21% entre 2007 e 2008. Além disso, também reduziram as aplicações imobiliárias - que incluem imobiliário comercial, "real estate investment trusts" e imobiliário residencial (excluindo a primeira habitação) - de 14% para 8% e subiram o peso dos títulos obrigacionistas de 17% para 29%. Para compensar, a fatia das acções foi reduzida de 33% para 25% e a dos investimentos alternativos de 9% para 7%.
Os investimentos alternativos incluem produtos estruturados, "hedge funds", derivados, divisas estrangeiras, mercadorias e capital de risco. É assim que os milionários mundiais investem os seus 23 biliões de euros (imagine um 23 seguido de 12 zeros), um valor que levaria os 10 milhões de portugueses a trabalhar durante 138 anos para conseguir juntar.
Miniatura de rico
Basta que escolha os fundos de investimento certos para que consiga replicar a carteira dos milionários. Para começar, aplique um quarto dos seus activos em dois fundos de acções, o Invesco Pan European Structured Equity e o BPI Reestruturações. A Capgemini e a Merrill Lynch desvendam que os ricos investem globalmente, mas que tendem a apostar mais na sua região. Com estes dois fundos, a exposição à Zona Euro fica estabelecida em 60% da componente accionista.
A maior fatia do seu dinheiro deve ficar, no entanto, nas obrigações: distribua-a pelo Schroder Euro Corporate Bond e pelo BPI Euro Taxa Fixa. O primeiro é um fundo que investe maioritariamente em emissões em euros de empresas e bancos. O segundo investe em títulos de dívida pública de estados europeus. Quando chegar à parte imobiliária do seu património, pode optar por dois tipos de fundos: os que investem realmente em imóveis (como o CA Património Crescente, cujo maior activos é a sede do Crédito Agrícola, em Lisboa) e os que seleccionam acções de empresas imobiliárias (como o Axa Aedificandi, que só aposta em firmas europeias). Em caso de dúvida, adquira os dois fundos.
A fase mais complicada do seu portefólio milionário é a dos investimentos alternativos, mas até essa tem soluções no universo dos fundos. Para replicar o investimento em derivados, eleja o CAAM Volatility Euro Equities, porque os gestores investem em derivados para conseguirem ganhar com a volatilidade dos mercados accionistas europeus. Para fazer a vez de um "hedge fund", compre o JPMorgan Highbridge Statistical Market Neutral, cujos gestores usam estratégias da indústria dos "hedge funds" para investirem com posições líquidas neutras.
Em vez de comprar divisas estrangeiras, subscreva o Morgan Stanley FX Alpha Plus RC200: os responsáveis deste fundo fazem múltiplas apostas simultâneas em pares cambiais para ganharem dinheiro (o que não tem acontecido ultimamente). Para não ter de comprar um produto estruturado, ponha o seu dinheiro no Parvest Step 90 Euro: anualmente em Dezembro é definido um mínimo para a cotação do ano seguinte igual a 90% do preço, logo é impossível perder mais de 10%; além disso, sempre que o fundo valoriza 10%, é calculado um novo mínimo igual a 90% desse máximo. A secção de investimentos alternativos termina com o Schroder AS Commodity, um fundo que investe nos mercados de derivados de bens agrícolas, metais e energia.
Para finalizar a sua estratégia milionária, falta a cereja em cima do bolo: uma fatia de 21% num bom fundo do mercado monetário, como o Parvest Eonia Premium, que tem como objectivo ultrapassar as taxas de curtíssimo prazo da Zona Euro. No último ano ganhou 4,12%.
Carteira milionária
Saiba no que investiam os milionários mundiais no final de 2008 e como pode replicar as suas estratégias usando fundos de investimento. No "queijo", cada fatia representa o peso de cada classe de activos em que deve investir. Para cada uma destas classes, conheça soluções alternativas disponíveis no mercado português de fundos.
BPI Reestruturações
Fundo de acções mundiais
Rendibilidade 1 ano: -11,79%
Risco: Alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI
Invesco Pan European Structured Equity
Fundo de acções da Europa
Rendibilidade 1 ano: -9,26%
Risco: Muito alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
BPI Euro Taxa Fixa
Fundo de obrigações governamentais
Rendibilidade 1 ano: 9,14%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI
Schroder Euro Corporate Bond
Fundo de obrigações empresariais europeias
Rendibilidade 1 ano: 9,69%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank
Axa Aedificandi
Fundo de acções de imobilário
Rendibilidade 1 ano: -23,08%
Risco: Muito alto
Comercialização: Banco Best
CA Património Crescente
Fundo imobiliário
Rendibilidade 1 ano: 4,90%
Risco: não aplicável
Comercialização: Crédito Agrícola
Morgan Stanley FX Alpha Plus RC200
Fundo de derivados cambiais
Rendibilidade 1 ano: -1,72%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best
Parvest Step 90 Euro
Fundo de acções de capital protegido
Rendibilidade 1 ano: 7,95%
Risco: Médio
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
CAAM Volatility Euro Equities
Fundo de volatilidade
Rendibilidade 1 ano: 14,43%
Risco: Alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
JPMorgan Highbridge Statistical Market Neutral
Fundo de gestão alternativa
Rendibilidade 1 ano: 2,12%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank
Schroder ASCommodity
Fundo de matérias-primas
Rendibilidade 1 ano: -40,29%
Risco: Alto
Comercialização: Banco Best
Parvest Eonia Premium
Fundo do mercado monetário
Rendibilidade 1 ano: 4,12%
Risco: Baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best
Fonte: "World Wealth Report 2009", Bloomberg, CMVM. *Inclui imobiliário comercial, REIT e imobiliário residencial (excluindo a primeira habitação). **Inclui produtos estruturados, "hedge funds", derivados, divisas estrangeiras, mercadorias e capital de risco. Valores em euros líquidos de impostos. 16 de Julho de 2009
Dizem as estimativas que a probabilidade de o leitor ser milionário é de 0,001%. É pouco provável que seja um dos 8,6 milhões de investidores com mais de um milhão de dólares (cerca de 700 mil euros), mas isso não o impede de investir como tal. Basta que recorra aos fundos de investimento.
"Eles também estenderam as alocações para investimentos mais seguros." Em média, os milionários aumentaram a percentagem da carteira aplicada em depósitos e títulos de tesouraria de 17% para 21% entre 2007 e 2008. Além disso, também reduziram as aplicações imobiliárias - que incluem imobiliário comercial, "real estate investment trusts" e imobiliário residencial (excluindo a primeira habitação) - de 14% para 8% e subiram o peso dos títulos obrigacionistas de 17% para 29%. Para compensar, a fatia das acções foi reduzida de 33% para 25% e a dos investimentos alternativos de 9% para 7%.
Os investimentos alternativos incluem produtos estruturados, "hedge funds", derivados, divisas estrangeiras, mercadorias e capital de risco. É assim que os milionários mundiais investem os seus 23 biliões de euros (imagine um 23 seguido de 12 zeros), um valor que levaria os 10 milhões de portugueses a trabalhar durante 138 anos para conseguir juntar.
Miniatura de rico
Basta que escolha os fundos de investimento certos para que consiga replicar a carteira dos milionários. Para começar, aplique um quarto dos seus activos em dois fundos de acções, o Invesco Pan European Structured Equity e o BPI Reestruturações. A Capgemini e a Merrill Lynch desvendam que os ricos investem globalmente, mas que tendem a apostar mais na sua região. Com estes dois fundos, a exposição à Zona Euro fica estabelecida em 60% da componente accionista.
A maior fatia do seu dinheiro deve ficar, no entanto, nas obrigações: distribua-a pelo Schroder Euro Corporate Bond e pelo BPI Euro Taxa Fixa. O primeiro é um fundo que investe maioritariamente em emissões em euros de empresas e bancos. O segundo investe em títulos de dívida pública de estados europeus. Quando chegar à parte imobiliária do seu património, pode optar por dois tipos de fundos: os que investem realmente em imóveis (como o CA Património Crescente, cujo maior activos é a sede do Crédito Agrícola, em Lisboa) e os que seleccionam acções de empresas imobiliárias (como o Axa Aedificandi, que só aposta em firmas europeias). Em caso de dúvida, adquira os dois fundos.
A fase mais complicada do seu portefólio milionário é a dos investimentos alternativos, mas até essa tem soluções no universo dos fundos. Para replicar o investimento em derivados, eleja o CAAM Volatility Euro Equities, porque os gestores investem em derivados para conseguirem ganhar com a volatilidade dos mercados accionistas europeus. Para fazer a vez de um "hedge fund", compre o JPMorgan Highbridge Statistical Market Neutral, cujos gestores usam estratégias da indústria dos "hedge funds" para investirem com posições líquidas neutras.
Em vez de comprar divisas estrangeiras, subscreva o Morgan Stanley FX Alpha Plus RC200: os responsáveis deste fundo fazem múltiplas apostas simultâneas em pares cambiais para ganharem dinheiro (o que não tem acontecido ultimamente). Para não ter de comprar um produto estruturado, ponha o seu dinheiro no Parvest Step 90 Euro: anualmente em Dezembro é definido um mínimo para a cotação do ano seguinte igual a 90% do preço, logo é impossível perder mais de 10%; além disso, sempre que o fundo valoriza 10%, é calculado um novo mínimo igual a 90% desse máximo. A secção de investimentos alternativos termina com o Schroder AS Commodity, um fundo que investe nos mercados de derivados de bens agrícolas, metais e energia.
Para finalizar a sua estratégia milionária, falta a cereja em cima do bolo: uma fatia de 21% num bom fundo do mercado monetário, como o Parvest Eonia Premium, que tem como objectivo ultrapassar as taxas de curtíssimo prazo da Zona Euro. No último ano ganhou 4,12%.
Carteira milionária
Saiba no que investiam os milionários mundiais no final de 2008 e como pode replicar as suas estratégias usando fundos de investimento. No "queijo", cada fatia representa o peso de cada classe de activos em que deve investir. Para cada uma destas classes, conheça soluções alternativas disponíveis no mercado português de fundos.
BPI Reestruturações
Fundo de acções mundiais
Rendibilidade 1 ano: -11,79%
Risco: Alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI
Invesco Pan European Structured Equity
Fundo de acções da Europa
Rendibilidade 1 ano: -9,26%
Risco: Muito alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
BPI Euro Taxa Fixa
Fundo de obrigações governamentais
Rendibilidade 1 ano: 9,14%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI
Schroder Euro Corporate Bond
Fundo de obrigações empresariais europeias
Rendibilidade 1 ano: 9,69%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank
Axa Aedificandi
Fundo de acções de imobilário
Rendibilidade 1 ano: -23,08%
Risco: Muito alto
Comercialização: Banco Best
CA Património Crescente
Fundo imobiliário
Rendibilidade 1 ano: 4,90%
Risco: não aplicável
Comercialização: Crédito Agrícola
Morgan Stanley FX Alpha Plus RC200
Fundo de derivados cambiais
Rendibilidade 1 ano: -1,72%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best
Parvest Step 90 Euro
Fundo de acções de capital protegido
Rendibilidade 1 ano: 7,95%
Risco: Médio
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
CAAM Volatility Euro Equities
Fundo de volatilidade
Rendibilidade 1 ano: 14,43%
Risco: Alto
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
JPMorgan Highbridge Statistical Market Neutral
Fundo de gestão alternativa
Rendibilidade 1 ano: 2,12%
Risco: Médio baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Deutsche Bank
Schroder ASCommodity
Fundo de matérias-primas
Rendibilidade 1 ano: -40,29%
Risco: Alto
Comercialização: Banco Best
Parvest Eonia Premium
Fundo do mercado monetário
Rendibilidade 1 ano: 4,12%
Risco: Baixo
Comercialização: ActivoBank7, Banco Best
Fonte: "World Wealth Report 2009", Bloomberg, CMVM. *Inclui imobiliário comercial, REIT e imobiliário residencial (excluindo a primeira habitação). **Inclui produtos estruturados, "hedge funds", derivados, divisas estrangeiras, mercadorias e capital de risco. Valores em euros líquidos de impostos. 16 de Julho de 2009