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Fundos têm dúvidas sobre o futuro das acções
Setembro continuou o que Agosto começou: os principais activos valorizaram-se, elevando os ganhos de dois meses até 8%. No terceiro mês das recomendações dos supermercados de fundos, surgem as primeiras dúvidas: deve aumentar-se a exposição às...
29 de Setembro de 2009 às 09:45
Setembro continuou o que Agosto começou: os principais activos valorizaram-se, elevando os ganhos de dois meses até 8%. No terceiro mês das recomendações dos supermercados de fundos, surgem as primeiras dúvidas: deve aumentar-se a exposição às acções? O Banco Big coloca-se numa posição neutra, mas o ActivoBank7 e o Deutsche Bank apostam claramente nos fundos de acções. O Banco Best assume uma postura intermédia.
Conheça o desempenho das oito carteiras de fundos
As carteiras prudentes foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais de 4%.
As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.
ActivoBank7
Brasil avança quase 8%
A aposta nas acções do Pacífico não ficaram muito atrás, com um avanço superior a 6%.
Os especialistas do ActivoBank7 acreditam que os portefólios recomendados continuam a fazer sentido na actual conjunta de valorização de títulos nos principais mercados.
"Nos últimos meses, foram significativamente reduzidos os riscos de depressão económica, sendo provável que o ponto mais severo da recessão esteja ultrapassado", afirma Gonçalo Gomes, da Direcção de Marketing do banco. Assim, a equipa do ActivoBank7 mantém os fundos recomendados há cerca de dois meses, bem como os seus pesos nos dois portefólios.
"Na carteira prudente, continuamos a acreditar que a maior oportunidade reside no segmento de obrigações 'corporate', enquanto na carteira agressiva a nossa preferência geográfica continua a incidir sobre os mercados com maior potencial de crescimento económico e com sistemas bancários mais dinâmicos (Ásia ex-Japão e Brasil)", explica Gonçalo Gomes.
As estratégias têm rendido para os investidores que optaram por seguir as sugestões do ActivoBank7. O portefólio menos arriscado avançou 3,22% desde que esta rubrica foi lançada pelo Negócios, no final de Julho passado, enquanto a carteira agressiva, que procura maximizar os ganhos num horizonte temporal mínimo de cinco anos, já acumulou uma valorização superior a 7%. Os fundos que menos pesam na recomendação do ActivoBank7 são os que mais renderam entre Agosto e Setembro. O Parvest Brazil valorizou 7,97% apenas no último mês, quando o Skandia Pacific Equity subiu 6,61%. Na carteira prudente, o fundo BNY Mellon Global Intrepid, que investe em acções a nível global, foi o que mais avançou: 4,14% durante o último mês.
Banco Best
China arranca
O DWS Invest Chinese Equities compensou as perdas registadas no mês anterior.
"A continuação e dimensão da performance positiva registada pelos principais activos de risco, nomeadamente os mercados accionistas, tem surpreendido a generalidade dos analistas e investidores", dizem os especialistas da Direcção de Investimentos do Banco Best, que não põem de parte uma correcção. "Continuam a existir muitas dúvidas sobre, por exemplo, o impacto da retirada dos estímulos económicos governamentais que, mais cedo ou mais tarde, terá de ocorrer."
O Banco Best procedeu a duas alterações às carteiras que, no entanto, não mudaram o sentido das aplicações anteriores. "Foi retirado o CAAM Dynarbitrage Volatility por considerarmos que o tipo de estratégia seguida por este fundo não serve neste momento os objectivos de retorno e diversificação da carteira. Nesse sentido, introduzimos, com a mesma ponderação, o CAAM Volatility Euro Equities que incide exclusivamente na volatilidade das acções europeias, pois pensamos que esta alteração introduzirá uma diversificação mais eficaz na carteira actual", explicam os especialistas. Esta mudança foi aplicada em ambos os portefólios. Além disso, no portefólio conservador, o Parvest Europe Dividend foi substituído pelo JPMorgan Europe Strategic Dividend, já que a performance tem sido mais consistente. No último mês, foi o fundo que se centra nas acções boas pagadoras de dividendos que mais rendeu na carteira prudente. No portefólio agressivo foi o fundo de acções chinesas, o DWS Invest Chinese Equities, que mais ganhou, depois de ter liderado as perdas no mês anterior. "As temáticas da China e do 'agribusiness' continuam, na nossa opinião, a fazer sentido na óptica de longo prazo presente nas carteiras", esclarecem os responsáveis.
Banco Big
Abrandar nas acções
As bolsas aproximam-se de preços elevados. É preciso reduzir a exposição.
Os dois portefólios recomendados pelo Banco Big continuam a avançar, mas, depois de seis meses de valorização das acções chegou a altura de rever a exposição.
"Os mercados transaccionam com rácios de PER [preço/lucros por acção de 12 meses] normais ou, eventualmente, um pouco exagerados para a actual conjuntura económica, pelo que recomendamos a globalização da exposição a este segmento por forma a podermos suavizar o comportamento das nossas carteiras", diz Rui Broega, director da gestão de activos do banco.
Assim, a exposição aos mercados accionistas da carteira agressiva é alcançada apenas pelos fundos Fidelity Global Sector, BlackRock World Energy e BNY Mellon Global Intrepid, que representam 25% do portefólio, bem como por metade do fundo misto BlackRock Global Allocation e um quarto do JPMorgan Global Capital Preservation. Nessa carteira estreia-se ainda o Parvest Step 90 Euro, um fundo estruturado de acções europeias que protege os investidores de eventuais descidas (e limita também o potencial de valorização).
No portefólio mais conservador, Rui Broega realizou alguns ajustes, mas sem alterações significativas ao nível das classes de activos. Desse modo, o Threadneedle Target Return foi promovido ao primeiro lugar, absorvendo 20% da carteira. Este fundo, da responsabilidade da dupla de gestores Quentin Fitzsimmons e Peter Allwright, prima pela flexibilidade, já que pretende ganhar independentemente da direcção dos vários mercados. Embora tenha como objectivo ganhar o equivalente à Euribor mais 3%, o fundo não tinha qualquer investimento accionista no início de Agosto, segundo a Morningstar.
Deutsche Bank
Líder de ganhos
O banco continua confiante no avanço das acções mundiais e aumenta a exposição.
A carteira agressiva recomendada pelos analistas do centro de investimento do Deutsche Bank continua a recolher fortes ganhos. Ao fim de dois meses, o portefólio valorizou quase 8%.
Os especialistas acreditam que o mercado pode ser ainda mais generoso nos próximos tempos e, por isso, subiram a exposição aos fundos accionistas. "Aumentámos ligeiramente o risco da carteira através do incremento do peso da componente accionista da carteira e da introdução de um fundo que investe, globalmente, no mercado das 'commodities'", explicam os analistas do Deutsche Bank.
Assim, o peso dos fundos DWS Invest US Equities, BlackRock European e DWS Invest Top 50 Asia, que investem nas bolsas norte-americanas, europeias e asiáticas, respectivamente, escalou para 87% da carteira agressiva. O DB Platinum Commodity Euro estreia-se com uma ponderação de 5%. "No fundo, preparámos a carteira para um trimestre que historicamente é benéfico para os activos de risco", concluem os especialistas.
Ao contrário da carteira agressiva, o portefólio prudente recomendado pelo Deutsche Bank tem agora uma menor exposição às acções. Os únicos fundos puros de acções - BlackRock European e DWS Invest US Equities - representam 16% da carteira, menos do que os 27% da recomendação do mês anterior. Agora estreia-se na carteira menos arriscada o fundo DB Platinum Dynamic ETF Selector 3. Este produto investe num cabaz de fundos cotados geridos pelo Deutsche Bank. O DB Platinum Dynamic ETF Selector 3 aposta, assim, em vários activos, das acções às obrigações, passando por crédito, mercadorias, câmbios e mercado monetário.