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Fundos para comprar e esquecer
Se não deseja acompanhar com frequência os seus investimentos, opte por uma aplicação que se ajusta ao tempo que ainda tem até precisar do seu dinheiro. Por exemplo, se sabe que, dentro de uma década, precisará da sua...
27 de Maio de 2009 às 11:24
Se quer ter pouco trabalho na gestão dos seus investimentos, opte por um fundo que se adapta à sua idade
Se não deseja acompanhar com frequência os seus investimentos, opte por uma aplicação que se ajusta ao tempo que ainda tem até precisar do seu dinheiro. Por exemplo, se sabe que, dentro de uma década, precisará da sua poupança para comprar uma casa maior, porque não investe no Fidelity Target 2020 Euro?
Os chamados fundos de ciclo de vida adaptam-se a cada etapa. Uma família que queira preparar um bom pé-de-meia para o seu recém-nascido para quando ele se tornar adulto pode aplicar todos os meses ou todos os anos algum dinheiro no Fidelity Target 2025 Euro. Como ainda tem 16 anos pela frente, Skelt investe hoje 87% desse pé-de-meia em acções. Porém, dentro de 10 anos, o peso do mercado accionista deverá ser de cerca de 50%.
Actualmente, na classe de fundos de ciclo de vida, os investidores portugueses só têm acesso aos produtos da Fidelity. Os Fidelity Target, cujas datas-alvo estendem-se de 2010 a 2040 em intervalos de cinco anos, seguem um modelo proprietário da sociedade gestora. Assim, quando o prazo é superior a 25 anos, Richard Skelt aplica, em média, tudo em acções. Quando já está a 10 anos da data-objectivo, já só pode ter 70 por cento do capital no mercado accionista. A dois anos da maturidade, o peso dos títulos accionistas já está nos 30 por cento. Quando chega o ano-alvo do fundo, todo o dinheiro dos investidores passa para tesouraria e aí pode ficar enquanto for preciso. Neste momento, por exemplo, o Fidelity Target 2030 Euro, o ideal para quem se reformar dentro de pouco mais de duas décadas, por exemplo, tem cerca de 95 por cento dos activos em acções, cerca de quatro por cento em tesouraria e muito pouco em obrigações.
Skelt é o primeiro a assumir que 2008 foi um mau ano. Embora as componentes accionistas dos fundos tenham ficado ao nível do mercado, as apostas em obrigações correram mal, devido à exposição a "asset-backed securities" e ao sector financeiro. "No longo prazo, esperamos que os nossos gestores consigam bater as rendibilidades dos índices, mas o ano passado, infelizmente, demonstrou que, por vezes, temos de aceitar o subdesempenho de curto prazo", escreveu numa nota sobre os fundos que tem à sua responsabilidade. Contudo, Richard Skelt ainda acredita que as obrigações em carteira estão baratas e que pode haver uma recuperação.
Só para a reforma
A Barclays Wealth Managers Portugal lançou planos de poupança-reforma que seguem a mesma filosofia dos Fidelity Target: o Barclays PPR Acções Life Path 2020 e 2025. Os gestores compram fundos de acções, obrigações e tesouraria para a composição dos PPR, mas reduzem a exposição ao mercado accionista à medida que o ano-alvo se aproxima. É uma estratégia que faz sentido para os aforradores que se reformarão perto desses anos.
O Barclays PPR Acções Life Path 2020 começou em 2006 com metade do portefólio em fundos de acções; a partir deste ano começa a reduzir o peso e, pouco antes de 2020, não terá qualquer fundo de acções na carteira. O PPR que tem como objectivo o ano de 2025 começou com 55% em fundos de acções e só após 2011 começará a reduzir a exposição, segundo o seu prospecto.
Embora as acções sejam actualmente a classe de activos mais importante nos PPR de ciclo de vida do Barclays, o produto com maior peso é o Lyxor ETF EuroMTS 7-10Y, um fundo cotado que investe em dívida pública da Zona Euro com maturidades de sete a 10 anos.
A forte presença de fundos de acções nos portefólios não permitiu bons desempenhos: desde que foram lançados em Outubro de 2006, os PPR perderam pouco mais de 10% por ano.