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Conheça sete fundos para comprar e manter
Entre os milhares de fundos de investimento que estão acessíveis aos investidores portugueses, escolhemos sete que podem fazer crescer o seu dinheiro para toda a vida. Para os profissionais dos investimentos, é claro que as acções são os activos que...
10 de Julho de 2009 às 09:45
Entre os milhares de fundos de investimento que estão acessíveis aos investidores portugueses, escolhemos sete que podem fazer crescer o seu dinheiro para toda a vida.
Fundo de acções do mundo
Rendibilidade 1 ano - 14,51%
Rendibilidade anual 5 anos 4,65%
Risco Alto
Onde comprar ActivoBank7, Banco Best, Banco Big, Banco BPI, Banco Português de Investimento
Para os profissionais dos investimentos, é claro que as acções são os activos que mais rendem no longo prazo. Porém, é necessário saber em que acções investir: as da Europa, da China, do sector tecnológico, das pequenas e médias empresas ou outras? Para que não corra o risco de fazer um selecção pouco satisfatória, escolha um bom fundo de acções globais.
No grupo dos fundos de acções mundiais, o BPI Reestruturações é um caso isolado: não é possível encontrar um fundo que tenha rendido tanto com tão pouca volatilidade. Virgílio Garcia, o responsável pela proeza, é o único gestor que conseguiu ultrapassar a rendibilidade anual de 4% nos últimos cinco anos. Apesar da forte queda dos mercados na sequência da crise, um investidor que tivesse amealhado 250 euros por mês no BPI Reestruturações desde que foi lançado, em Dezembro de 2000, teria agora quase 30 mil euros, o que representa um ganho anual de cerca de 3,20%.
O ponto contra o BPI Reestruturações, que é o maior fundo português de acções (avaliado em quase 100 milhões de euros), são as comissões de gestão e de depósito, que somam dois por cento por ano. É um valor elevado, tendo em conta o valor cobrado pela concorrência. É o preço a pagar pelo bom desempenho do produto.
Invesco Pan European Structured Equity
Fundo de acções da Europa
Rendibilidade 1 ano -15,81%
Rendibilidade anual 5 anos 2,25%
Risco Muito alto
Onde comprar ActivoBank7, Banco Best, Banco Big
Não é fácil escolher o melhor fundo de acções europeias: há, pelo menos, duas centenas de produtos que investem exclusivamente em grandes firmas da Europa, segundo a Morningstar, uma empresa de avaliação de fundos.
O Invesco Pan European Structured Equity é dos poucos que se sobressaem: enquanto as suas perdas não chegam a 16% no último ano, a concorrência deslizou, em média, 27%. Os dedos de uma das mãos são suficientes para contar os que perderam menos do que os gestores Michael Fraikin e Thorsten Paarmann, responsáveis pelo produto da sociedade norte-americana.
Cerca de um terço dos 300 milhões de euros do Invesco Pan European Structured Equity estão aplicados nas bolsas britânicas. A maior aposta no início de Junho era o Compass Group, uma empresa de "catering" de Surrey, a 50 quilómetros de Londres.
A volatilidade da libra esterlina não preocupa os gestores. "Fechámos todas as coberturas cambiais do fundo no dia 13 de Fevereiro de 2009 e continuaremos a geri-lo sem cobertura nos próximos tempos", contam.
Espírito Santo Portugal Acções
Fundo de acções portuguesas
Rendibilidade 1 ano - 14,94%
Rendibilidade anual 5 anos 3,74%
Risco Alto
Onde comprar ActivoBank7, Banco Best, Banco Espírito Santo
Há poucas razões para ter um fundo de acções nacionais na carteira. A exposição ao tecido empresarial português pode ser feito através de um fundo de acções europeias ou globais, uma vez que as competências dos gestores desses produtos abarcam Portugal. A pequenez da bolsa lisboeta não justifica que os investidores apliquem uma grande parcela do seu aforro num fundo de acções portuguesas. Aliás, os gestores destes produtos acabam por ter uma carteira bastante concentrada.
Outro problema está no facto de serem caros, aproveitando a pouca concorrência: são apenas oito produtos. Em média, os gestores destes fundos ficam com 2% dos capitais aplicados todos os anos por pagamento da comissão de gestão.
O Espírito Santo Portugal Acções tem sido o fundo com as melhores marcas, apesar de ser o mais caro do grupo (comissão de gestão de 2,2%). Mesmo assim, os desempenhos a um, dois e três anos são os melhores. Desde que foi lançado, o fundo Espírito Santo Portugal Acções, em Setembro de 1997, rendeu pouco mais de 16%, segundo a gestora ESAF, o que se traduz num desempenho anual de cerca de 1,30%.
No seu último comentário, o gestor José Valente indica que "a incerteza sobre estes dados [macroeconómicos] pode criar volatilidade nos mercados accionistas condicionando a expectativa de já estarmos numa fase de recuperação económica efectiva".
Franklin European Small-Mid Cap Growth
Fundo de acções de pequenas e médias empresas da Europa
Rendibilidade 1 ano - 12,74%
Rendibilidade anual 5 anos 5,48%
Risco Muito alto
Onde comprar Banco Best
Quando a crise chega e os mercados accionistas vibram, as acções das empresas de pequena e média dimensão são as mais afectadas. Para compensar, na hora de recuperar, são também as primeiras a ganhar. É, por isso, impressionante como Edwin Lugo, o gestor do fundo Franklin European Small-Mid Cap Growth, conseguiu navegar neste mercado. No último ano, o produto conduzido pelo especialista perdeu apenas 12,74%, menos de metade da média dos fundos de acções de pequenas e médias empresas da Europa.
Pode parecer contraproducente o investimento num fundo de PME nesta altura. Contudo, uma vez que o mercado já "sabe" que está na crise, a aquisição deste fundo pode ser uma boa jogada de antecipação da recuperação económica e, mais importante, bolsista. Além disso, os profissionais estimam que o desempenho de longo prazo dos fundos de PME devem ultrapassar o ganho dos fundos de empresas de grande dimensão, uma vez que o potencial de crescimento é bastante superior no primeiro grupo.
Edwin Lugo procura sociedades europeias de dimensão reduzida mas que possam crescer muito. O maior activo do fundo da Franklin Templeton são as acções da HomeServe, uma seguradora britânica especialista na protecção dos lares
Lyxor ETF EuroMTS 3-5Y
Fundo de obrigações soberanas da Zona Euro
Rendibilidade 1 ano 10,74%
Rendibilidade anual 5 anos 3,89%
Risco Médio baixo
Onde comprar Bolsa de Paris
A indústria dos fundos de obrigações treme com a falta de confiança. Embora tenham sido conhecidos como instrumentos conservadores, muitos gestores esticaram a corda ao máximo: apostaram em emissões arriscadas e complexas. Agora, alguns apresentam perdas ruinosas, como o fundo Millennium Obrigações Europa, que desvalorizou 20% no último ano. Mais recentemente, os gestores são acusados de empolarem as cotações dos seus fundos. Como há falta de liquidez em alguns segmentos do mercado obrigacionista, no limite, as sociedades gestoras podem avaliar os títulos das carteiras através de modelos teóricos.
Se quiser fugir da confusão dos fundos tradicionais de obrigações, saiba que não perde muito. Se tivesse investido há um ano no fundo cotado Lyxor ETF EuroMTS 3-5Y, que selecciona as principais emissões soberanas da Zona que se vencem dentro de três a cinco anos, teria ganho 10,74%. Este registo fica acima da média dos fundos portugueses de taxa fixa. No desempenho da última meia década, nenhum bateu o fundo cotado.
A escolha do seu fundo cotado de obrigações deve depender da duração programada do seu aforro. O Lyxor ETF EuroMTS 3-5Y é indicado para três a cinco anos, enquanto o Lyxor ETF EuroMTS 1-3Y é o certo para um a três anos e o Lyxor ETF EuroMTS 5-7Y para cinco a sete anos. No limite, se quiser investir a mais de 15 anos, opte pelo Lyxor ETF EuroMTS 15+Y.
Lyxor ETF Inflation Linked
Fundo de obrigações soberanas indexadas à inflação
Rendibilidade 1 ano 4,89%
Rendibilidade anual 5 anos não aplicável
Risco Médio
Onde comprar Bolsa de Paris
Embora agora não seja um problema, quem quiser se proteger apenas do efeito corrosivo do aumento de preços, o ideal é ter um investimento que tenha uma rendibilidade indexada à taxa de inflação. Um fundo que investe em obrigações que pagam cupões ligados à inflação da Zona Euro é a solução.
Tal como na categoria anterior, os investidores podem satisfazer as suas necessidades com um fundo cotado que replique um índice de obrigações soberanas indexadas à inflação. Uma das melhores apostas é o Lyxor ETF Inflation Linked: está listado em Paris, não distribui dividendos e a diferença entre as propostas de compra e de venda na bolsa são, em média, de 0,4%.
Os gestores do fundo investem em títulos de dívida pública da Zona Euro que paguem cupões que dependam do nível da inflação. Por exemplo, o maior activo do Lyxor ETF Inflation Linked é uma obrigação soberana francesa indexada ao índice de preços no consumidor excepto tabaco da Zona Euro.
Quando comparado com os fundos tradicionais (aqueles que são subscritos junto dos bancos, em vez de comprados na bolsa) que investem em obrigações indexadas à inflação, apenas dois - o Schroder Global Inflation Linked Bond USD e o Credit Suisse BF Inflation Linked USD - tiveram ganhos superiores ao Lyxor ETF Inflation Linked, que rendeu 4,89% no último ano. Contudo, como investem em obrigações ligadas à inflação em dólares, o risco desses fundos é bastante superior.
SGAM Fund Money Market Euro
Fundo de tesouraria
Rendibilidade 1 ano 2,22%
Rendibilidade anual 5 anos 2,10%
Risco Baixo
Onde comprar ActivoBank7, Banco Best
Nos tempos que correm, é preciso alguma sorte para encontrar um depósito a prazo que renda mais de 2%, depois de descontar os impostos. A maioria dos fundos de tesouraria geridos por sociedades portuguesas não são uma alternativa aos fracos depósitos a prazo: em média, perderam quase 2% no último ano.
Contudo, há alguns casos isolados, como o Espírito Santo Monetário, que rendeu 2,33%. Apesar disso, uma das melhores escolhas que os aforradores podem fazer neste segmento é o SGAM Fund Money Market Euro, gerido por Tony Du Prez. O produto da sociedade gestora francesa rendeu 2,10% por cada um dos últimos cinco anos.
A grande vantagem dos fundos de tesouraria face aos depósitos a prazo é o facto de poder retirar o capital em qualquer altura sem ser penalizado. Normalmente, os bancos ficam com a maior fatia dos juros corridos se tirar o dinheiro do depósito antes de atingir a maturidade. A principal desvantagem é que o resgate dos fundos não é imediato. No caso do SGAM Fund Money Market Euro, o dinheiro demora três dias até entrar na conta.
Outra desvantagem prende-se com a garantia do depósito a prazo, que não existe nos fundos de tesouraria. Contudo, Tony Du Prez é um dos gestores de tesouraria mais conservadores. "Continuámos a preferir investimentos de taxa fixa que vencem em menos de três meses", explica o gestor no último relatório mensal do fundo. "O sector bancário está atractivo e investimos oportunisticamente em taxa variável com maturidades inferior a três meses", acrescenta.
O prazo de três meses é a referência de Du Prez: o objectivo é ganhar mais do que a Euribor a 3 meses. "A estrutura do portefólio do SGAM Fund Money Market Euro permite-nos garantir aos investidores que temos liquidez diária e que a performance está em linha com o objectivo da gestão."