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As escolhas dos supermercados de investimento

Os fundos de investimento são instrumentos de eleição dos investidores. São muitas as razões para isso: em geral, são simples de entender, transparentes, baratos e geridos por profissionais. É por isso que os portugueses têm cerca de...

29 de Julho de 2009 às 10:47
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Os maiores distribuidores de fundos juntam-se ao Negócios para ajudar os investidores a eleger os melhores produtos para as suas carteiras. Saiba quais são os melhores fundos para os seus objectivos e acompanhe, mensalmente, as actualizações do ActivoBank7, Banco Best, Banco Big e Deutsche Bank.


Os fundos de investimento são instrumentos de eleição dos investidores. São muitas as razões para isso: em geral, são simples de entender, transparentes, baratos e geridos por profissionais. É por isso que os portugueses têm cerca de 25 mil milhões de euros aplicados em fundos de investimento e fundos especiais de investimento nacionais e estrangeiros, mais do que em certificados de aforro.

O interesse dos portugueses conduziu os bancos e as entidades gestoras a inundarem o mercado com novos produtos. A Morningstar, uma firma independente de avaliação de fundos, publica informação sobre mais de cinco mil fundos que diz serem comercializados em Portugal.

Os investidores são vítimas do seu próprio interesse. Hoje, é muito mais difícil escolher o melhor fundo de investimento do que em 2001, quando havia pouco mais de duas centenas de produtos. Foi a partir desse ano que alguns bancos nacionais se transformaram em verdadeiros supermercados de fundos, disponibilizando uma crescente oferta de instrumentos nacionais e internacionais.

Só o Banco Best, o líder na distribuição de fundos estrangeiros, com uma quota de 27%, segundo os últimos dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, disponibiliza agora o acesso a 1.713 fundos, incluindo produtos de cinco gestoras portuguesas. Em 2006, um dos maiores bancos nacionais entrou na corrida dos fundos estrangeiros: o Millennium bcp tem vindo a aumentar o número e, hoje, já tem 67 produtos geridos no exterior. A movimentação só é possível através da plataforma "on-line" do banco.

Para ajudar os seus leitores a seleccionarem os melhores produtos de investimento, o Negócios pediu a colaboração dos supermercados de fundos que têm mais de 100 produtos nas suas ofertas. O ActivoBank7, o Banco Best, o Banco Big e o Deutsche Bank aceitaram o desafio.

Assim, os especialistas destas instituições recomendaram duas carteiras de referência para os investidores.

Em ambos os casos, o objectivo é maximizar a rendibilidade. No caso do portefólio prudente, o prazo estimado de aforro é de três anos e é destinado a investidores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%. A carteira agressiva é desenhada para um prazo mínimo de cinco anos e não é aceitável que registe perdas anuais superiores a 10%.

Na última edição de cada mês, do "Investidor Privado", o Negócios e os três bancos actualizarão as oito carteiras recomendadas e acompanharão o seu desempenho. Pode esperar que os analistas dos bancos estejam de acordo em muita coisa - como agora concordam que o Schroder Euro Corporate Bond B é um dos melhores fundos -, mas espere também divergência - como, por exemplo, se a China é uma boa aposta. Não é fácil escolher o melhor fundo de investimento, mas os supermercados de fundos dão uma ajuda.



Conheça oito carteiras de fundos

As carteiras prudentes
foram construídas para um prazo de investimento de três anos e são destinadas a aforradores conservadores que não aceitam perdas anuais superiores a 4%.

As carteiras agressivas estão desenhadas para um prazo de investimento mínimo de cinco anos e com um limite de perdas anuais até 10%.





ActivoBank7
Concentrado de fundos

Os portefólios recomendados do ActivoBank7 são os mais concentrados do grupo. Ambas as carteiras têm metade dos activos aplicados em fundos da UBS. "São utilizados para a componente de alocação mais estável das carteiras, permitindo uma exposição diversificada aos mercados de acções e obrigações a nível global", explica Gonçalo Gomes, da direcção de "marketing" do ActivoBank7. O UBS SF Yield (EUR) BG aplica actualmente pouco mais de três quartos do capital em obrigações e o restante em acções, enquanto o UBS SF Equity (EUR) BG tem mais de 90% no mercado accionista. A outra metade das carteiras é gerida consoante as oportunidades. "No início de 2009, introduzimos na componente de oportunidades da carteira prudente fundos de obrigações em euros, procurando tirar partido do facto de o ciclo económico na Zona Euro estar tradicionalmente desfasado do dos EUA em seis a nove meses, avança Gonçalo Gomes. Para explorar este efeito, o ActivoBank7 seleccionou o Schroder Euro Corporate Bond B, um fundo de obrigações de dívida privada, e, marginalmente, o BPI Euro Taxa Fixa, que investe em dívida pública. No portefólio agressivo, a mais recente oportunidade a ser explorada são as bolsas asiáticas. "Embora a região asiática (excluindo Japão) tenha uma dependência estrutural das exportações como fonte de crescimento, será provável que esta região seja uma das primeiras a sair da actual crise, podendo beneficiar do facto de já ter tido o seu processo de desalavancagem depois da crise de 1997, registando globalmente elevadas taxas de poupança e baixos níveis de endividamento", explica Gonçalo Gomes. O fundo Skandia Pacific Equity C é o eleito.





Banco Best

Diversificação contra a incerteza

Os próximos tempos serão de incerteza na economia e nos mercados, estimam os responsáveis da direcção de investimentos do Banco Best. "Embora pareça afastado o cenário mais negro de depressão e deflação global, a recuperação da actividade deverá ser mais lenta (...) devido ao aumento do desemprego e necessidade do aumento do nível de poupança das famílias", explicam os especialistas do banco. Porém, o desempenho das carteiras recomendadas pelo Banco Best "estará certamente mais ligada à 'performance' da economia a um prazo mais alargado". Os responsáveis pelo desenho das carteiras recomendadas do banco electrónico seleccionaram os melhores fundos das principais classes de activos essencialmente pelo rácio risco-rendibilidade. "A carteira prudente é, assim, composta em 40% por fundos obrigações e 35% por fundos de retorno absoluto e alternativos, sobrando 25% para activos de maior risco", esclarecem os especialistas do Banco Best. "Por outro lado, a carteira agressiva tem 60% de exposição a activos de maior risco, incluindo China (região cujo 'outlook' é positivo) e 'agribusiness' (sector que pode ser alvo de impactos positivos, dada a necessidade de optimização de mecanismos e logísticas, por forma a combater as crescentes necessidades agrícolas da população mundial)", acrescentam. No portefólio prudente, os principal fundos são o Invesco Euro Corporate Bond E e o Schroder Euro Corporate Bond B, que investem em dívida empresarial cotada em euros. Na carteira agressiva, a maior aposta é o Franklin Mutual Global Discovery N, que investe em acções cotadas a um preço muito abaixo do valor justo calculado pela gestora Anne Gudefin.






Banco BIG

Global mas longe da China

Embora os mercados já tenham recuperado um pouco, os indicadores económicos dão sinais mistos. "Apesar dos recentes números de emprego terem desapontado, o número de horas de trabalho médio por indivíduo diminuíram, o que indica que as empresas abrandaram os processos de 'layoff'", exemplifica Rui Broega, director de investimentos do Banco BIG. "Num primeiro estádio de recuperação económica, as empresas começarão por expandir este número de horas antes de recomeçarem a admitir mais trabalhadores", acrescenta. O Banco BIG acredita que, no último trimestre de 2009, algumas variáveis macroeconómicas estejam estáveis, o que reforçará a confiança dos principais agentes económicos. Rui Broega diz que as carteiras de fundos recomendadas pelo banco assumem "um posicionamento neutral" no mercado de acções, sem se focarem numa área geográfica, mas tentando evitar alguns mercados emergentes, como a China. Os fundos mistos BlackRock Global Allocation (USD) E e JPMorgan Global Capital Preservation (USD) D, os mais importantes na carteira agressiva, têm uma exposição aos mercados accionistas emergentes de 8,8% e 1,9%, respectivamente. O mercado de crédito também está atractivo para Rui Broega. "As empresas continuam a procurar financiar-se no mercado, oferecendo condições interessantes para os credores." Devido ao cenário de baixas taxas de juro, deve evitar-se a dívida governamental, avisa o especialista. As principais escolhas nesta área são três fundos de obrigações empresariais: Pictet EUR Short Mid-Term Bonds R, mais voltado para prazos até 3 anos, Invesco Euro Corporate Bond E e Schroder Euro Corporate Bond B.








Deutsche Bank

Markowitz na prática

As carteiras do Deutsche Bank são desenhadas usando um modelo derivado da teoria clássica de construção de carteiras de Harry Markowitz, Nobel da Economia em 1990. Na carteira prudente, para quem queira fazer uma aplicação de três anos, os especialistas da instituição estimam haver uma probabilidade de 95% de o investidor não perder dinheiro num prazo máximo de cinco anos. Na aposta na carteira agressiva, há uma probabilidade de 95% do investidor não perder num prazo máximo de 15 anos. O Deutsche Bank avança que a expectativa de desempenho do portefólio prudente é de 6,1% por ano nos próximos cinco anos e o do agressivo é de 8,9% por ano em 15 anos. O fundo Schroder Euro Short Term Bond B absorve 28% do portefólio prudente. O gestor Jamie Stuttard investe essencialmente em obrigações de curto prazo (até três anos) cotadas em euros, como títulos do tesouro francês. O DWS Invest US Equities NC, responsável por 40% da carteira agressiva, é um fundo de acções de grandes e médias empresas norte-americanas. Porém, o gestor Oliver Pfeil está agora mais inclinado para as grandes como Microsoft, Exxon Mobil e Chevron. Os especialistas do Deutsche Bank em Portugal explicam que "os desequilíbrios antigos (poupança negativa e défices gémeos nos EUA e a poupança excessiva na China) estão a desaparecer e novos desequilíbrios estão a surgir como o processo de realavancagem pública, consequência da desalavancagem privada". "Nos EUA e no Reino Unido, a economia deverá ser prejudicada pelo processo de desalavancagem do sector privado. Na Zona Euro, a rigidez estrutural das economias deverá limitar a extensão da recuperação", concluem.







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