Notícia
O melhor de dois mundos
24 de Junho de 2009 às 10:00
Se acredita que as acções ainda não saíram do casulo, deixe o dinheiro repousar nos fundos de obrigações convertíveis: beneficia de parte do potencial do mercado accionista sem investir directamente nas acções.
O cenário era negro no final de 2008. Os fundos que investem em obrigações europeias convertíveis em acções perderam 30% no balanço do ano. "No último trimestre de 2008, os 'spreads' das obrigações convertíveis alargaram-se para níveis históricos, particularmente para as obrigações tradicionais, fornecendo muitas oportunidades interessantes no início de 2009 para os investidores à procura de uma exposição mais segura às acções", conta Maxime Royet, o gestor do fundo CAAM European Convertible Bond.
As obrigações convertíveis são títulos de dívida que podem vir a ser transformados em acções. Por isso, "os investidores escolhem obrigações convertíveis para capturar uma grande parte do desempenho do mercado accionista enquanto limitam simultaneamente o risco de perda e a volatilidade", diz Royet. Foi assim que, aproveitando a boleia das bolsas, o CAAM European Convertible Bond avançou 6,77% desde que o ano se estreou.
"O mercado primário está muito dinâmico, com mais de dois mil milhões de euros de novas emissões [em Maio]. Estes lançamentos, a maior parte sem 'rating', foram um sucesso, confirmando o renascimento do interesse nesta classe de activos", dizem os gestores do SGAM FB Europe Convertible, que ainda não celebrou o primeiro aniversário, no último relatório mensal do fundo. A reviravolta registada desde o início do ano cortou as perdas anuais para metade deste grupo de fundos.
Os especialistas aconselham os fundos de obrigações convertíveis aos investidores que acreditam - mas sem certezas - na recuperação das acções. "As obrigações convertíveis são potencialmente uma boa classe de activos para os investidores que têm uma expectativa positiva em relação aos mercados accionistas, mas que não querem assumir o risco de investir directamente em acções", confirma Pierre-Henri de Monts de Savasse, o responsável pelo Credit Suisse BF Convert Europe, o melhor produto da classe nos últimos anos. O perfil de risco dos fundos de obrigações convertíveis leva os gestores a recomendarem um investimento durante três anos, no mínimo. "Do lado das quedas, o limite das obrigações ou o 'efeito pára-quedas' das obrigações da componente obrigacionista fará o seu papel", explica Eric Bouthillier, o gestor dos fundos Parvest European Small Convertible Bond e Parvest European Convertible Bond.
Embora tenha qualidades únicas, esta classe de activos não é milagrosa. "As obrigações convertíveis europeias deverão fornecer um potencial de subida inferior às acções puras caso o actual rali tenha continuação", avisa Pierre-Henri de Monts de Savasse, o gestor do Credit Suisse. Contudo, estes títulos oferecem um perfil rendibilidade -risco único, segundo um estudo recente da DWS Investments: enquanto as acções tiverem um desempenho praticamente nulo na última década, as obrigações convertíveis renderam 5,23% com menos de metade do risco.
O gestor que é fã de Portugal
Embora o mercado português de obrigações convertíveis tenha um valor reduzido no contexto europeu, isso não impediu Pierre-Henri de Monts de Savasse, o responsável pelo fundo Credit Suisse BF Convert Europe, de investir cerca de 7,5% do seu portefólio em títulos nacionais. A emissão obrigacionista da Parpública de títulos permutáveis por acções da EDP em 2014 é inclusivamente a quinta maior aposta do fundo, segundo o último relatório mensal da sociedade suíça. "A emissão de obrigações permutáveis é uma maneira bastante comum de instituições públicas monetarizarem as suas participações sem perderem os seus direitos de voto", explicou ao Negócios o gestor. "Da perspectiva do investidor, estas obrigações comportam-se como obrigações convertíveis tradicionais: oferecem uma participação no preço das acções da EDP e a componente de taxa fixa movimenta-se em linha com os títulos da Parpública."
Além da emissão que vence em 2014, o Credit Suisse BF Convert Europe tem ainda outras obrigações da Parpública permutáveis por acções da EDP em 2010. A isso acresce-se obrigações convertíveis da Portugal Telecom.
O cenário era negro no final de 2008. Os fundos que investem em obrigações europeias convertíveis em acções perderam 30% no balanço do ano. "No último trimestre de 2008, os 'spreads' das obrigações convertíveis alargaram-se para níveis históricos, particularmente para as obrigações tradicionais, fornecendo muitas oportunidades interessantes no início de 2009 para os investidores à procura de uma exposição mais segura às acções", conta Maxime Royet, o gestor do fundo CAAM European Convertible Bond.
"O mercado primário está muito dinâmico, com mais de dois mil milhões de euros de novas emissões [em Maio]. Estes lançamentos, a maior parte sem 'rating', foram um sucesso, confirmando o renascimento do interesse nesta classe de activos", dizem os gestores do SGAM FB Europe Convertible, que ainda não celebrou o primeiro aniversário, no último relatório mensal do fundo. A reviravolta registada desde o início do ano cortou as perdas anuais para metade deste grupo de fundos.
Os especialistas aconselham os fundos de obrigações convertíveis aos investidores que acreditam - mas sem certezas - na recuperação das acções. "As obrigações convertíveis são potencialmente uma boa classe de activos para os investidores que têm uma expectativa positiva em relação aos mercados accionistas, mas que não querem assumir o risco de investir directamente em acções", confirma Pierre-Henri de Monts de Savasse, o responsável pelo Credit Suisse BF Convert Europe, o melhor produto da classe nos últimos anos. O perfil de risco dos fundos de obrigações convertíveis leva os gestores a recomendarem um investimento durante três anos, no mínimo. "Do lado das quedas, o limite das obrigações ou o 'efeito pára-quedas' das obrigações da componente obrigacionista fará o seu papel", explica Eric Bouthillier, o gestor dos fundos Parvest European Small Convertible Bond e Parvest European Convertible Bond.
Embora tenha qualidades únicas, esta classe de activos não é milagrosa. "As obrigações convertíveis europeias deverão fornecer um potencial de subida inferior às acções puras caso o actual rali tenha continuação", avisa Pierre-Henri de Monts de Savasse, o gestor do Credit Suisse. Contudo, estes títulos oferecem um perfil rendibilidade -risco único, segundo um estudo recente da DWS Investments: enquanto as acções tiverem um desempenho praticamente nulo na última década, as obrigações convertíveis renderam 5,23% com menos de metade do risco.
O gestor que é fã de Portugal
Embora o mercado português de obrigações convertíveis tenha um valor reduzido no contexto europeu, isso não impediu Pierre-Henri de Monts de Savasse, o responsável pelo fundo Credit Suisse BF Convert Europe, de investir cerca de 7,5% do seu portefólio em títulos nacionais. A emissão obrigacionista da Parpública de títulos permutáveis por acções da EDP em 2014 é inclusivamente a quinta maior aposta do fundo, segundo o último relatório mensal da sociedade suíça. "A emissão de obrigações permutáveis é uma maneira bastante comum de instituições públicas monetarizarem as suas participações sem perderem os seus direitos de voto", explicou ao Negócios o gestor. "Da perspectiva do investidor, estas obrigações comportam-se como obrigações convertíveis tradicionais: oferecem uma participação no preço das acções da EDP e a componente de taxa fixa movimenta-se em linha com os títulos da Parpública."
Além da emissão que vence em 2014, o Credit Suisse BF Convert Europe tem ainda outras obrigações da Parpública permutáveis por acções da EDP em 2010. A isso acresce-se obrigações convertíveis da Portugal Telecom.