Notícia
Portugal consegue juros mais negativos para emitir 1.250 milhões em dívida de curto prazo
As taxas obtidas num leilão de bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses, esta quarta-feira, foram semelhantes às da última operação comparável.
Portugal conseguiu obter juros negativos na emissão de dívida de curto prazo realizada esta quarta-feira, apesar da tendência generalizada no mercado de agravamento das yields. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP financiou-se em 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a três e 11 meses junto de investidores internacionais.
Na emissão de títulos com a maturidade mais longa, com prazo a 20 de janeiro de 2023, o país captou 958 milhões com uma taxa de colocação nos -0,555%. Na última operação comparável -- um leilão realizado em junho do ano passado --, Portugal tinha conseguido um juro de -0,55%.
Já na colocação de BT com maturidade mais curta, que vence a 20 de maio de 2022, foram emitidos 292 milhões a uma taxa de juro de -0,61%. Também neste caso, houve uma descida face a junho, quando o IGCP colocou título com a mesma maturidade a uma yield de -0,592%.
A redução dos juros para níveis mais negativos estará relacionada com a procura por dívida portuguesa, que se manteve robusta. Por BT a três meses, a procura foi 3,69 vezes superior à oferta (muito acima dos 2,71 vezes do último leilão). Já por títulos a 11 meses, foi o apetite dos investidores era 1,74 acima do que o IGCP tinha para vender (mas abaixo das 2,14 vezes da última emissão comparável).
Esta foi a primeira emissão de títulos com estes prazos este ano e a primeira em oito meses já que na segunda metade do ano passado, a agência liderada por Cristina Casalinho decidiu adiar colocações de nova dívida de curto prazo. Desde então, alterou-se o cenário no mercado de dívida.
A pressão dentro do Banco Central Europeu (BCE) para se iniciar o ciclo de normalização das taxas de juro na zona euro, face à escalada da inflação para níveis inéditos, tem conduzido a um agravamento dos juros da dívida pública. Na semana passada, Portugal regressou às emissões de dívida de longo prazo (só tinha ainda realizado uma venda sindicada), com os juros a dispararem e o país a pagar mais de 1% para emitir dívida a 9 anos.
(Notícia atualizada às 12:25)
"As taxas obtidas acabaram por ser inferiores ao último leilão comparável", diz Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, num comentário por escrito. "Apesar de termos vindo a assistir, nas últimas semanas a uma subida do prémio de risco da dívida soberana europeia e por conseguinte na dívida nacional, tal movimento ainda não se reflete nas dívidas de curto prazo, onde as taxas ainda permanecem negativas".
Na emissão de títulos com a maturidade mais longa, com prazo a 20 de janeiro de 2023, o país captou 958 milhões com uma taxa de colocação nos -0,555%. Na última operação comparável -- um leilão realizado em junho do ano passado --, Portugal tinha conseguido um juro de -0,55%.
A redução dos juros para níveis mais negativos estará relacionada com a procura por dívida portuguesa, que se manteve robusta. Por BT a três meses, a procura foi 3,69 vezes superior à oferta (muito acima dos 2,71 vezes do último leilão). Já por títulos a 11 meses, foi o apetite dos investidores era 1,74 acima do que o IGCP tinha para vender (mas abaixo das 2,14 vezes da última emissão comparável).
Esta foi a primeira emissão de títulos com estes prazos este ano e a primeira em oito meses já que na segunda metade do ano passado, a agência liderada por Cristina Casalinho decidiu adiar colocações de nova dívida de curto prazo. Desde então, alterou-se o cenário no mercado de dívida.
"A inflação tem-se mostrado mais persistente do que inicialmente os bancos centrais esperavam, o que tem levado a um ajuste nas políticas monetárias globalmente, com os bancos centrais a anunciarem a redução ou mesmo fim dos programas de compra de ativos que estavam em vigor. Apesar de se esperarem no futuro taxas de juro mais elevadas, o mercado continua a acreditar que o movimento deverá ser gradual, sendo que é esse o fator que faz com que ainda não estejamos a ver o mesmo movimento na dívida de curto prazo", acrescenta Filipe Silva.
A pressão dentro do Banco Central Europeu (BCE) para se iniciar o ciclo de normalização das taxas de juro na zona euro, face à escalada da inflação para níveis inéditos, tem conduzido a um agravamento dos juros da dívida pública. Na semana passada, Portugal regressou às emissões de dívida de longo prazo (só tinha ainda realizado uma venda sindicada), com os juros a dispararem e o país a pagar mais de 1% para emitir dívida a 9 anos.
(Notícia atualizada às 12:25)