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Pagamentos crescem 20,8% em 2022. "Contactless" já representa metade das transações

Os pagamentos voltaram a aumentar pelo segundo ano consecutivo, fomentando a ideia de uma recuperação, com o impulso dos métodos eletrónicos.

Banco de Portugal destaca o aumento das alegações por fraude.
Getty Images
27 de Abril de 2023 às 13:01
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O ano passado foi marcado pelo regresso à normalidade depois da pandemia, com os pagamentos a voltarem a crescer pela segunda vez consecutiva depois de terem diminuído em 2020. Os pagamentos cresceram 20,8% em quantidade e 16,2% em valor, com o sistema de compensação interbancária (SICOI) a processar 3,7 mil milhões de pagamentos, no montante de 655,5 mil milhões de euros.

Em 2022 foram processados, em média, 10,2 milhões de pagamentos de retalho por dia, no valor de 1,8 mil milhões de euros, indica o Banco de Portugal no Relatório dos Sistemas de Pagamentos divulgado esta quinta-feira.

"Os consumidores nacionais continuaram a preferir os instrumentos de pagamento eletrónicos (cartões de pagamento, débitos diretos, transferências a crédito e transferências imediatas). Estes instrumentos foram usados em 99,7% dos pagamentos de retalho realizados sem recurso a numerário, mais 0,2 pontos percentuais do que em 2021", refere o supervisor.

Além disso, o advento da pandemia veio mudar a maneira como as pessoas pagam. Este ano confirmou-se o maior recurso à tecnologia "contacteless" 58,6% em quantidade e compras online 49%, que antes da pandemia estava nos 8%.

Os cartões são o instrumento de pagamento eletrónico mais utilizado no dia a dia, tendo sido responsáveis por 88% do número de pagamentos do SICOI (86,5% em 2021). Em média, foram realizados 9 milhões de pagamentos com cartão por dia, o que corresponde a um total de 3283,1 milhões de operações em 2022.

Por sua vez, foram as operações "contacteless", por MB Way e compras online os principais métodos de pagamento. "Fortemente impulsionada pela pandemia, a utilização da tecnologia 'contactless' enraizou-se nos hábitos de pagamento dos consumidores portugueses, seja com recurso a cartões físicos ou através de dispositivos móveis (por exemplo, telemóveis e relógios)", diz o banco central.

Em 2022 estas operações representaram 48,8% em quantidade e 33,2% em valor do total de compras com cartão, quando antes da pandemia estas percentagens eram de 8,2% e 3,2%, respetivamente. Globalmente, os pagamentos "contactless" apresentaram um crescimento anual de 58,6% em quantidade e de 65,7% em valor.
A guerra na Ucrânia trouxe mais preocupações em relação à cibersegurança. No entanto, em Portugal houve 55 incidentes reportados ao Banco de Portugal, menos 1 do que em 2021. Já os níveis de fraude muito reduzidos em pagamentos com cartão (0,0242%), débitos diretos (0,0001%) e transferências a crédito (0,0005%).

O que também aumentou consideravelmente foram os pagamentos por parte de cartões ucranianos. "Esse aumento foi particularmente notório a partir de março, traduzindo-se, em termos anuais, num crescimento dez vezes superior à média observada entre 2018 e 2021", segundo o banco.

Já o número de cheques voltou a diminuir em 15,1% em quantidade, mas, pela primeira vez desde 2014 cresceram 6,2% em valor.
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