A ministra da Finanças francesa, Christine Lagarde, não tem dúvidas que os controlos internos do Société Générale falharam "claramente" ao não detectarem a fraude que causou prejuízos de 4,9 mil milhões de euros ao banco.

A ministra apresentou hoje ao primeiro-ministro, François Fillon, os primeiros resultados da sua investigação ao caso do corretor que sozinho conseguiu assumir posições não autorizadas pela instituição no valor de 50 mil milhões de euros no mercado de futuros de acções europeias, antes de ser descoberto.

"É muito claro que alguns mecanismos internos do Société Générale não funcionaram e os que funcionaram não foram seguidos com acções apropriadas", anunciou hoje Lagarde no seu relatório.

As investigações efectuadas pelo Governo centraram-se na gestão do banco da situação e na razão pela qual o governador do Banco de França, Christian Noyer, esperou três dias antes de informar o Executivo francês. A ministra das Finanças adiantou ainda que vai procurar ter um diálogo mais "preciso" entre o Governo e os reguladores bancários no futuro.

O facto do Banco de França não ter informado imediatamente o Governo e o presidente sobre a situação no SG já valeu críticas de vários membros governamentais a Noyer.

A ministra acrescentou que os auditores do banco vão agora ser chamados para discutir com Lagarde as conclusões do seu relatório. O documento concluiu também que os bancos precisam de ter controlos de risco mais restritos.