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Lira turca perto de mínimos históricos após vitória de Erdogan. Ações escalam mais de 4%

Para os analistas, esta queda pode ser só o início de um grande "trambolhão". O regime sob a liderança do presidente turco tem insistido numa política de baixas taxas de juro, apesar da inflação elevada.

Florion Goga / Reuters

A lira turca negoceia perto de novos mínimos históricos e a bolsa de Istambul escala mais de 4%, depois da vitória de Recep Tayyip Erdogan, na segunda volta das eleições presidenciais turcas.

A moeda turca segue a cair 0,28% para 0,0498 dólares. Para os analistas, esta queda pode ser só o início de um grande "trambolhão". O Morgan Stanley, citado pela Bloomberg, aponta para uma queda da lira de 29%, podendo valer cada dólar 28 liras turcas (invertendo o par, cada dólar equivale a 20,06 liras).

Já o Well Frago é menos pessimista prevendo que cada dólar valha 23 liras turcas até ao final do trimestre.

No mercado acionista, o principal índice nacional BIST-100 sobe 4,41% para 4.772,22 pontos. As empresas  com receitas em moeda estrangeira são as que estão a puxar mais pelo índice, tais como a Turkish Airlines (4,01%).

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi reeleito este domingo na segunda volta das presidenciais turcas. De acordo com os dados oficiais, Erdogan recolheu o voto de 52,14% dos eleitores, contra 47,86% do seu adversário, Kemal Kilicdaroglu. Erdogan ocupa o cargo desde 28 de agosto de 2014. Antes tinha sido primeiro-ministro durante mais de uma década, entre 2003 e 2014.


"A vitória de Erdogan não oferece conforto a nenhum investidor estrangeiro", considera Hasnain Malik, estratega da Tellimer, em declarações à Bloomberg. Hasnain Malik justifica a sua posição com "a alta inflação, as taxas de juro extremamente baixas as reservas externa sem liquidez", vivida pela Turquia, antecipando assim "uma dolorosa crise de ativos no futuro".

Sob a liderança de Erdogan, a Turquia recorreu a um método pouco ortodoxo de manter as taxas juro extremamente baixas, apesar da elevada inflação, o que levou a intervenções quase diárias do Estado no mercado.

Esta medida levou, desde 2013, a uma redução de 85% do investimento estrangeiro em ações e obrigações, ou seja quase 130 mil milhões de dólares.

Os investidores esperam agora por conhecer os nomes da equipa económica de Erdogan, a qual será de "credibilidade internacional", segundo o presidente reconhecido. O gabinete de Erdogan deve ser conhecido até esta sexta-feira, segundo duas fontes do assunto contactadas pela Bloomberg. 

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