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Juros portugueses acima de 3% com anúncio de que BCE vai comprar menos dívida

O Banco Central Europeu (BCE) vai avançar, a partir de março, com uma nova fase da estratégia para travar a inflação. O anúncio de que estará ainda menos presente no mercado de dívida está a levar a um agravamento das "yields" na Zona Euro.

Christine Lagarde poderá começar a discutir com os governadores uma redução da quantidade de dívida pública e privada que o BCE detém no balanço.
Wolfgang Rattay/Reuters
15 de Dezembro de 2022 às 15:00
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As dívidas dos países da Zona Euro estão a reagir negativamente à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de diminuir o investimento no mercado obrigacionista. Apesar de a presidente Christine Lagarde já ter sinalizado que o iria fazer, as "yields" seguem a agravar e Portugal voltou mesmo acima de 3%.

"A partir do início de março de 2023, o portefólio do programa de compra de ativos (APP) irá ser reduzido a um ritmo comedido e previsível, dado que o Eurosistema não reinvestirá todos os pagamentos de capital de títulos vincendos", anunciou Christine Lagarde, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho do BCE.

A diminuição ascenderá, em média, a 15 mil milhões de euros por mês até ao final do segundo trimestre de 2023. A partir daí, o "ritmo subsequente será determinado com o tempo". A estratégia junta-se à subida das taxas de juro - mais uma de 50 pontos base esta quinta-feira e a promessa de que irá continuar.

A reação dos investidores foi imediata. O "spread" entre a "yield" da dívida italiana e alemã a 10 anos - um importante indicador de risco para a Zona Euro - alargou-se em 13 pontos base para 200 pontos base. A "yield" das Bunds a 10 anos avança 13,5 pontos base para 2,067%, enquanto a francesa agrava 16,1 pontos base para 2,583%.

Entre os países do Sul, a "yield" das obrigações de Itália a 10 anos sobe 25,6 pontos base para 4,106% e a equivalente espanhola 3,148 pontos para 18,9%. Em Portugal, o juro da dívida benchmark atingiu 3,056% - o valor mais elevado desde meados de novembro -, com um agravamento de 18,3 pontos.

Em simultâneo, as bolsas europeias seguem a perder mais de 2%, sendo que o português PSI recua 0,76%. No mercado cambial - apesar de também a Reserva Federal dos EUA ter anunciado esta quarta-feira um novo aumento dos juros de referência - o euro aprecia-se em 0,15% contra o par norte-americano para 1,0698 dólares.
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