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Fundo soberano norueguês deixa fabricante têxtil chinesa Li Ning

Existe um "risco inaceitável de que a empresa contribua para graves violações de direitos humanos", disse o banco central em comunicado sobre a fabricante e comerciante de roupas e equipamentos desportivos.

12– China (58,4)
08 de Março de 2022 às 23:36
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O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, saiu do grupo têxtil chinês Li Ning, suspeito de usar trabalho forçado de uigures na região de Xinjiang, anunciou hoje o Banco da Noruega.

Existe um "risco inaceitável de que a empresa contribua para graves violações de direitos humanos", disse o banco central em comunicado sobre a fabricante e comerciante de roupas e equipamentos desportivos.

Esta decisão baseia-se numa recomendação do conselho de ética do banco que, num parecer consultivo, questionou as ligações entre o grupo Li Ning e um fornecedor "com fama de produzir num campo de detenção".

A China é acusada de ter internado em campos de reeducação política mais de um milhão de uigures, uma minoria muçulmana que vive em Xinjiang, e de ter, em particular, recorrido ao trabalho forçado.

No final de 2021, o fundo norueguês, com 1,259 biliões de euros, detinha 0,59% do grupo Li Ning.

Presente no capital de cerca de 9.400 empresas no mundo, o fundo, no entanto, retirou de sua lista de observação - etapa anterior à exclusão - os grupos têxteis sul-coreanos Hansae Yes24 e o taiwanês Nien Hsing Textile, estimando que não havia mais motivos para suspeitar de violações sistemáticas dos direitos dos trabalhadores nas suas fábricas localizadas principalmente na Ásia.

Ao mesmo tempo, colocou a fabricante canadiana de aeronaves Bombardier sob observação por suspeitas ou alegações de corrupção em seis países por um período de mais de dez anos (2004-2016).

Durante a venda da sua divisão de transporte para a Alstom, a Bombardier tinha emitido uma garantia bancária de 250 milhões de euros ao grupo francês para cobrir despesas relacionadas com esses casos, observou o conselho de ética.

A indiana Adani Ports, pelas suas relações comerciais com a junta birmanesa responsável por uma forte repressão desde o golpe, e a sul-coreana Hyundai Glovis, devido às atividades na demolição de barcos nas praias do Paquistão e Bangladesh, também foram colocadas sob observação.

O fundo retirou igualmente a San Leon Energy da sua lista negra, uma vez que o grupo petrolífero irlandês pôs fim a atividades criminosas no Sahara Ocidental, pelo qual Marrocos e os separatistas da Frente Polisario lutam.

Na qualidade de um dos maiores investidores do mundo, o fundo norueguês é regido por regras éticas que o proíbem de investir em empresas culpadas de graves violações de direitos humanos, em empresas que fabricam armas nucleares ou "particularmente desumanas", ou mesmo empresas de produção de carvão e tabaco.
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