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Fitch: Bancos portugueses continuam em terreno movediço (act.)

Agência de notação financeira diz que banca portuguesa enfrenta ano difícil e que existe o risco de cortar "rating de viabilidade".

27 de Março de 2012 às 19:10
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A Fitch Ratings diz que o capital, perfil de risco e desempenho financeiro dos principais bancos portugueses serão fortemente influenciados pela severidade da recessão económica e pela evolução da crise da dívida soberana em Portugal e, em última instância, na Zona Euro.

No relatório hoje divulgado, sobre os principais bancos portugueses, e intitulado “Major Portuguese Banks – Portuguese banks remain on shaky ground”, a agência de notação financeira diz estar convicta de que a troika e o Governo português continuarão a apoiar os bancos do País, tanto em matéria de capital como de liquidez.

“Isso constitui o principal impulsionador do ‘rating’ de longo prazo de ‘BB+’ para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco Comercial Português (Millennium BCP) e Banco BPI”, sublinha o documento assinado por Cristina Torrella, Maria Rivas e Roger Turro, da Fitch Ratings España.

Quanto à notação financeira de longo prazo de ‘BBB’ para o Santander Totta SGPS, esta “reflecte uma elevada probabilidade de apoio por parte da casa-mãe espanhola, o Banco Santander (rating ‘A’, com perspectiva negativa”.

No entanto, salienta a Fitch, todas as notações de longo prazo para a banca têm perspectiva negativa, em linha com o “outlook” para a dívida soberana (que está também em ‘BB+’, ou seja, “lixo”). “Qualquer novo corte do “rating” soberano de Portugal irá reflectir-se na avaliação de longo prazo destes bancos”, adverte a agência.

Ao mesmo tempo, a Fitch vê um risco de descida da avaliação da solidez financeira intrínseca dos bancos, expressa nos Ratings de Viabilidade, uma vez que se deparam com um ano de 2012 bastante desafiante.

Recorde-se que em Julho passado a Fitch Ratings anunciou ao mercado que estava a introduzir uma nova medida de risco – o “rating” de viabilidade - para as instituições financeiras em todo o mundo, que visa avaliar as pressões sobre a liquidez e financiamento dos bancos.

A Fitch reconhece os progressos da banca portuguesa em 2011 no que respeita à melhoria de capital e à sua estrutura de financiamento do mercado do retalho, com uma maior proporção aos empréstimos a serem financiados pelos depósitos. No entanto, as pressões de liquidez mantiveram-se, devido à restrição do acesso ao financiamento no mercado grossista, o que resultou uma elevada dependência dos fundos do BCE. Além disso, a qualidade dos activos dos bancos deteriorou-se ainda mais com a recessão económica do País e com a exposição de alguns bancos à dívida soberana de Portugal e da Grécia, sublinha o relatório.

A agência espera que os bancos portugueses acelerem o seu desendividamento este ano, por comparação com 2011, para melhorarem o seu rácio empréstimos/depósitos de modo a atenderem ao requisito regulatório dos 120% imposto pelo Banco de Portugal e pela troika.

Por último, a Fitch diz que provavelmente o maior factor de incerteza é o ritmo a que a qualidade dos activos dos bancos se deteriorará em 2012, já que isso depende fortemente da gravidade da recessão económica em Portugal.



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