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Euro sobe com receios de atraso na recuperação nos EUA
O euro subia 1,4% face ao dólar, depois de Alan Greenspan ter afirmado que os riscos de abrandamento económico ainda não terminaram nos EUA, indiciando que a recuperação da economia norte-americana poderá demorar mais tempo do que o previsto.
A moeda única transaccionava nos 0,8715, o nível mais alto dos últimos dois meses, e avançava 0,73% relativamente à divisa nipónica, ao valer 108,18 ienes.
«O actual período de abrandamento económico ainda não terminou e poderá ser ainda superior ao previsto, o que implicará políticas monetárias adequadas», referiu hoje Alan Greenspan, num discurso perante os membros do Congresso norte-americano.
As declarações do líder da autoridade monetária norte-americana deixaram antever que o FED poderá voltar a baixar juros nos próximos tempos, contrariando a posição dos analistas, que estimavam que os cortes efectuados este ano fossem suficientes para estimular a economia norte-americana.
O FED já baixou a sua taxa de referência por seis ocasiões, num total de 275 pontos base, desde o dia 3 de Janeiro, colocando o preço do dinheiro nos EUA nos 3,75%, o nível mais baixo dos últimos sete anos, na tentativa de impulsionar o crescimento económico.
A valorização do euro na sessão de hoje reflectia também as expectativas de que o Banco Central Europeu (BCE) poderá baixar a sua taxa directora nos próximos tempos, depois da inflação europeia ter abrandado em Junho pela primeira vez em cinco meses.
O índice de preços no consumidor (IPC) harmonizado da Zona Euro subiu 0,1% em Junho, depois de crescer 0,6% no mês anterior. Esta evolução colocou a taxa de inflação homóloga nos 3%, abaixo dos 3,4% registados em Maio.
A próxima reunião do BCE irá realizar-se amanhã, com os mercados a aguardarem uma possível inflexão na política da autoridade monetária europeia, que na semana passada defendeu que o actual nível dos juros é «apropriado» para conter a inflação no médio prazo.
A taxa de juro de referência da Zona Euro está actualmente nos 4,5%, com os analistas a estimarem um corte de 25 pontos base até final de Agosto. Entre os principais bancos centrais mundiais, o BCE é aquele que menos baixou os juros desde o início do ano, ao efectuar uma única redução de 25 pontos base, no dia 10 de Maio.
A descida dos juros costuma impulsionar o investimento e o consumo, através da redução dos encargos associados à contracção de empréstimos, mas este movimento pode provocar a subida das pressões inflacionistas, devido ao aumento da procura.
Cada euro vale 200,482 dólares.