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Crise financeira provoca a maior saída de sempre dos fundos

Alarmados pela crise financeira internacional, em particular pela ameaça de falta de liquidez dos mercados, os portugueses não esperaram e resgataram nestes três meses "quentes" da crise perto de dois mil milhões de euros das aplicações em fundos. Setembr

09 de Outubro de 2007 às 08:00
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Alarmados pela crise financeira internacional, em particular pela ameaça de falta de liquidez dos mercados, os portugueses não esperaram e resgataram nestes três meses "quentes" da crise perto de dois mil milhões de euros das aplicações em fundos. Setembro foi mesmo o pior mês da história da indústria nacional, com um saldo negativo entre subscrições e resgates superior a mil milhões de euros.

No rescaldo desta crise financeira, os fundos mobiliários já perderam 2,126 mil milhões de euros do valor gerido. Para contrariar o alarmismo da crise, os fundos reforçaram o investimento em depósito e cortaram nas acções.

A "mão pesada" da crise financeira fez-se sentir sobretudo em Setembro, mês em que os investidores nacionais resgataram 2,053 mil milhões de euros de fundos geridos por sociedades portuguesas, segundo o relatório mensal da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento (APFIPP).

Neste período, as adesões aos fundos situaram-se nos 989,75 milhões de euros, daí que o saldo mensal tenha atingido um valor líquido negativo de 1,064 mil milhões de euros. Trata-se do montante menasal mais alto desde o início da compilação dos dados, em 2000.

Setembro apenas agravou a tendência de saída de capital registada desde o início da crise financeira. Em Julho, o balanço entre subscrições e resgates teve um saldo negativo de 318 milhões de euros, enquanto em Agosto teve um saldo negativo de 387 milhões. Desde o início da crise, os portugueses resgataram um total de 1,769 mil milhões de euros. Ou seja, 5,87% do valor gerido no final de Junho, antes da crise.

A turbulência dos mercados teve também consequências no valor do património gerido pelos fundos nacionais. Em três meses de crise, o valor dos activos sob gestão caiu 2,126 mil milhões de euros, dos quais apenas 357 milhões são justificados pela desvalorização dos activos.

Em Setembro, as carteiras geriam pouco mais de 28 mil milhões de euros, enquanto no final de Junho, antes do início da instabilidade, valiam 30,144 mil milhões.

Neste Setembro histórico, pelos piores motivos, os fundos de obrigações foram os mais penalizados, com o valor dos resgates líquidos só desta categoria a ultrapassar as poupanças retiradas em toda a indústria em Agosto. No mês passado, foram resgatados 408 milhões de euros de fundos de obrigações. Recorde-se que o fundo liquidado pelo BPI no mês passado pertencia a esta classe.

O Santander teve o maior número de resgates, com num montante líquido de 278,8 milhões de euros. A instituição considera que "o volume de saídas é normal face à situação de mercado e as notícias que têm saído" e que "esta análise deverá ser feita tendo em consideração o volume de dois meses (Agosto e Setembro) e a significativa quota de mercado do Santander Totta". A Caixagest foi a segunda sociedade com mais resgates (260,5 milhões de euros), seguindo-se o Millennium Gestão de Activos 8171,8 milhões).

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