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Brisa dispara mas ainda fica 4% abaixo do novo preço da OPA

As acções da concessionária somaram mais de 30 cêntimos na sessão de hoje, após dois dias suspensas em bolsa. Ainda estão 11 cêntimos abaixo da nova contrapartida paga pelo Grupo Mello e pelo Arcus. Foi a terceira sessão com maior volume desde o anúncio preliminar da operação, a 29 de Março.

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As acções da Brisa avançaram hoje mais de 13%, depois de revista em alta da contrapartida da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo Grupo José de Mello e pelo fundo de investimento Arcus. Estão, contudo, ainda distantes da contrapartida de 2,76 euros a pagar pelos oferentes e, também, abaixo da contrapartida inicial de 2,66 euros.

Os títulos da concessionária de auto-estradas encerraram nos 2,65 euros, ao marcarem a valorização de 13,25% na sessão de hoje. A Brisa não negociou nem ontem nem na terça-feira, depois de ter sido suspensa pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) nesse dia.

O “Diário Económico” noticiou, na terça-feira, que a contrapartida da operação seria revista para um valor acima dos 2,66 euros inicialmente oferecidos pelas duas empresas. Este facto levou à suspensão em bolsa da cotada liderada por Vasco de Mello (na foto), que se prolongou até ontem, à espera de informação por parte das oferentes.

O levantamento da suspensão da negociação das acções surgiu depois de ontem à noite o Grupo José de Mello e o Arcus terem anunciado a subida em 10 cêntimos da oferta sobre a Brisa, para 2,76 euros.

Apesar da subida em bolsa que se seguiu, os títulos continuam a negociar mais de 10 cêntimos abaixo da nova contrapartida da OPA. Ainda assim, com o avanço, a Brisa já valoriza mais de 4% desde o início do ano.

Forte volume em bolsa segue-se à revisão da contrapartida

Além da forte valorização, foram hoje transaccionadas mais de 4 milhões de acções da Brisa, um volume bastante superior à média dos últimos seis meses. Trocaram de mãos mais de 4,23 milhões de títulos da concessionária de auto-estradas, quatro vezes mais do que os 980 mil títulos trocados por sessão, na média do último semestre.

Foi a terceira sessão com um volume mais expressivo desde o anúncio preliminar da OPA, a 29 de Março. O volume só foi maior na sessão que se seguiu a esse anúncio e, depois, na última sexta-feira, 6 de Julho, quando as acções caíram 9% com a troca de mais de 5 milhões de títulos.

Por que foi revista a contrapartida?

A revisão em alta do preço da OPA surgiu depois de a CMVM ter pressionado os oferentes a fazer um esclarecimento cabal do mercado, o que implica a indicação de novo preço. O supervisor exigia que a oferta fosse "equitativa", o que na prática implicaria um preço mais alto, enquanto os oferentes estavam pouco disponíveis para o rever.

Aliás, no próprio dia do lançamento da oferta, Vasco de Mello descartou a possibilidade de rever os 2,66 euros por acção da oferta, a qual exigiria um investimento máximo de 700 milhões de euros. Para a definição do novo preço, a José de Mello e da Arcus necessitavam da aprovação dos bancos financiadores, Caixa Geral de Depósitos, Banco Espírito Santo e Millennium BCP, que terão manifestado disponibilidade para validar esse aumento.

Uma vez revista a contrapartida da OPA – que era inicialmente de 2,66 euros por acção –, terá agora de haver alterações dos documentos da operação, como seja o prospecto (o que já aconteceu) e o anúncio de lançamento, sendo que também terá de ser feito um reforço das garantias bancárias de financiamento para o novo valor. Desta forma, o registo da oferta pela CMVM não acontecerá de imediato, como os oferentes pretendiam, tendo em conta que o anúncio da OPA foi feito no final de Março e esta continua por registar.

O que falta para o registo da OPA avançar

Em causa estará a possibilidade de o Grupo Mello e o Arcus poderem ter conluiado a possibilidade de lançarem uma oferta de compra à Brisa antes do anúncio preliminar. O que iria significar o aumento da contrapartida.

“Pelo que se entende, e se o registo for aceite, significa efectivamente que esse conluio não foi provado e os investidores vão ter de aceitar os 2,76 euros”, defendeu, ao Negócios, Pedro Lino, CEO da Dif Broker.

Porque terão de aceitar os investidores essa contrapartida? “Comparando com o que aconteceu com a OPA da Cimpor que pouco depois” de “ter terminado a cotação caiu 45%”, “acho que os investidores não vão querer arriscar e a maioria, mesmo que não concorde com o preço, dos 2,76 [euros] (…) não vão arriscar e vão vender”, opinou Pedro Lino.

Neste momento, espera-se, então, o registo da OPA. Antes disso, também a administração da Brisa terá de ser ouvida sobre as novas condições da oferta. Quando o conselho da empresa se pronunciou sobre a proposta inicial, um administrador – o indicado pela Abertis, a segunda maior accionista que pretende que seja um auditor a definir o preço da OPA – votou contra o relatório geral, que não se opôs ao preço da contrapartida.

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