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Abertis pede auditor independente na OPA sobre a Brisa

Abertis junta apoios de outros accionistas contra oferta da Mello e Arcus sobre a Brisa. Fala de subavaliação da contrapartida e ataca o que diz ser a falta de independência do conselho de administração que, segundo a Abertis, não está a defender os accionistas, como lhe compete legalmente.

05 de Junho de 2012 às 17:39
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A Abertis conseguiu o apoio de outros três accionistas da Brisa na oposição à OPA (Oferta Pública de Aquisição) lançada pelo grupo José de Mello e o fundo Arcus (reunidos na sociedade Tagus) à concessionária de auto-estradas.

Franklin Templeton, o Estado de Nova Jersey e o fundo Cygnus Europa Event são os outros três accionistas que subscrevem o comunicado hoje divulgado de oposição à oferta. No total, com a Abertis, perfazem 15,68% do capital da Brisa e contestam oferta que, dizem, subavalia a Brisa.

"Consideramos que a Oferta não é adequada, que subavalia claramente a sociedade e preocupa-nos o processo seguido pelo conselho de administração na avaliação dos termos e condições da oferta", lê-se no comunicado hoje divulgado, acrescentando que não incorpora um prémio apropriado. Crítica, ainda, o conselho de administração por não proteger os accionistas minoritários.

E, por isso, "dado que o preço actual oferecido pela Tagus não é equitativo, e para proteger melhor os accionistas minoritários e facilitar a distribuição de um prémio de controlo, acreditamos que a CMVM deveria considerar a designação de um avaliador independente que realize uma avaliação da sociedade com o objectivo de estabelecer um preço de oferta equitativo".

Em comunicado, a Abertis e os outros três accionistas dizem que o preço oferecido pela Tagus é "substancialmente inferior ao preço objectivo de consenso de analistas da Bloomberg" antes do anúncio da oferta, de 2,94 euros por acção, mais 10,5% que o preço da oferta. Cinco analistas tinham mesmo recomendações com preços superiores a 2,66 euros. Por outro lado, continuam as entidades, a Brisa, em 2011, duplicou o número de acções próprias, passando a deter 7,9% do seu próprio capital, adquirindo-as a um preço médio ponderado de 4,18 euros.

A oferta da Tagus é 5,7% superior ao preço médio por acção nas quatro semanas que anteceram o anúncio.

Ataque à administração
A Abertis e os outros três accionistas lançam, nesse mesmo comunicado, um ataque ao conselho de administração da Brisa, porque, no seu entender, não está a defender todos os accionistas, incluindo os minoritários, como é o seu dever legal.

"O conselho é controlado por administradores que mantêm 'vínculos importantes' com accionistas da Tagus
(a saber: oito de um total de 14 membros do conselho são administradores da Tagus, Mello e Apollo [sociedade que controla a Arcus], ou assessores jurídicos destas entidades). E contra as melhores práticas do governo das sociedades, estes administradores não se abstiveram de votar na eleição dos assessores da sociedade, nem de aprovar o relatório do conselho sobre a oferta da Tagus. O resultado é uma falta de imparcialidade na análise aos termos e condições da oferta pública de aquisição e os interesses e direitos dos accionistas minoritários da Brisa podem não ter sido devidamente protegidos".

Os quatro signatários deste comunicado contestam, ainda, o não pagamento dos dividendos que inicialmente estavam a ser propostos e que acabaram por não passar por oposição do grupo mello e Arcus na assembleia-geral. Para a Abertis esta decisão só teve a ver com o facto de os oferentes não quererem aumentar o preço da oferta.

A Tagus oferece 2,66 euros por cada acção da Brisa.

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