A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) entrou com o pé esquerdo no universo dos tokens não fungíveis (NFT). Aliás, após ano e meio com as vendas destas réplicas virtuais das obras de arte do Museu de São Roque estagnadas, acabou mesmo por encerrar a Artentik, o nome da marca com que a SCML trabalhava com NFT.

De acordo com o Jornal Económico (JE) o projeto registou "vendas e montantes irrisórios", depois de um investimento inicial de 500 mil euros. A entrada da SCML no universo dos NFT foi anunciada, durante a Web Summit em 2021, pelo ex-provedor Eduardo Martinho.

O orçamento para o primeiro ano de atividade era de 870 mil euros, com o objetivo do investimento chegar aos quatro milhões de euros. O JE tentou contactar a SCML sobre o tema, mas não obteve resposta.

A notícia surge muito pouco tempo depois de o Governo ter exonerado a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), liderada pela provedora Ana Jorge. Com esta decisão, caíram também os vogais Nuno Miguel Alves, Teresa do Passo, Sérgio Cintra e João Correia.

O fracasso dos NFT são uma gota de água num problema maior. As contas da instituição estão sob pressão e os dados de receitas dos jogos no arranque deste ano sinalizam que os problemas poderão continuar.

De acordo com dados recolhidos pelo Negócios, as receitas do jogo, que representam cerca de 85% das receitas totais, caíram 29 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado. Trata-se de um decréscimo de 14%, quando o plano de atividades e orçamento para este ano apontava para um aumento da receita de 9,3%.