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Haitong eleva potencial de valorização das ações da Sonae para 42%
O preço-alvo da Sonae subiu 4 cêntimos para 1,36 euros. Haitong diz que a prioridade da nova CEO deverá passar pela reestruturação dos negócios da área não alimentar.
O Haitong atualizou a avaliação das ações da Sonae SGPS devido à valorização da participação que a companhia tem na Nos (ações da operadora sobem 14% desde o início de março), bem como de outros ativos que estão na esfera da Sonaecom.
Numa nota de research publicada esta terça-feira, 23 de abril, o Haitong elevou o preço-alvo dos títulos de 1,32 euros para 1,36 euros.
O banco de investimento "aproveitou a oportunidade" para reiterar a recomendação de "comprar" para as ações da Sonae, que continuam assim a marcar presença na lista das cotadas favoritas, que o Haitong denomina "balas de prata".
O novo preço-alvo incorpora um potencial de valorização de 42% face à cotação de fecho das ações na última sessão. A visão otimista que o Haitong tem para a Sonae tem por base uma "avaliação atrativa", bem como um "conjunto de ‘triggers’ positivos que estão latentes e que pensamos que podem contribuir para materializar o potencial de valorização que está implícito no nosso preço-alvo", refere o analista Filipe Rosa, na nota de "research" a que o Negócios teve acesso.
Segundo o banco, a Sonae está atualmente a transacionar em bolsa com um PER (rácio que mede a relação entre a cotação e o lucro por ação) estimado para 2019 de 9,6 vezes.
São dois os "triggers" que o Haitong destaca que podem impulsionar as ações da Sonae. O primeiro diz respeito à introdução das sociedades de investimento e gestão imobiliária (SIGI) no mercado português, que representam uma "grande oportunidade para a Sonae reduzir ainda mais a sua exposição ao mercado imobiliário conseguindo melhores avaliações e potencialmente baixar a sua fatura fiscal".
O segundo fator que pode beneficiar a Sonae é a entrada em funções da nova CEO. "A alteração iminente na liderança do grupo, com a chegada de Cláudia Azevedo, pode resultar numa reestruturação mais rápida das área de negócio não alimentar que ainda dão prejuízos", refere o Haitong.
O banco espera que Cláudia Azevedo "dê um novo impulso aos esforços de recuperação na MO, Zippy e Worten Espanha". O negócio de vestuário (onde se inclui a MO e a Zippy), segundo o Haitong, terá gerado um prejuízo operacional de 20 milhões de euros no ano passado, o que subtraiu 14% do EBIT (resultados operacionais) da companhia ainda liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério.
No que diz respeito ao retalho alimentar, a forte procura deverá "tornar mais fácil a absorção da nova capacidade que vai ser adicionada pelo Continente e pela Mercadona. Assim, "ainda esperamos que a Sonae MC registe um aumento das vendas comparáveis e margens estáveis ao longo dos próximos anos", refere o banco.
As ações da Sonae seguem a valorizar 1,57% para 0,9715 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.