As acções da Sonae SGPS estão a negociar em alta no dia seguinte à apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano, período em que os lucros desceram 60% devido ao efeito da fusão entre a Nos e a Optimus. Excluindo este efeito, os lucros da Sonae SGPS aumentaram 47,7% para 95 milhões de euros. 

Os títulos valorizam 1,7% para 1,076 euros, num dia que está também a ser de ganhos para a bolsa portuguesa, com o PSI-20 a valorizar mais de 1%.

Os analistas que seguem a cotada portuguesa coincidem na conclusão que o EBITDA da empresa liderada por Paulo Azevedo ficou ligeiramente abaixo do esperado em média pelo mercado, mas que o desvio não é significativo e não terá grandes implicações na cotação da companhia.

Excluindo o efeito da fusão que deu origem à Nos, a Sonae SGPS aumentou os lucros em 47,7% para 95 milhões de euros. O EBITDA, ou resultado antes de impostos, lucros, depreciações e amortizações, foi de 293 milhões de euros, menos 1,9% do que nos primeiros nove meses do ano passado.

"Apesar do ligeiro desvio dos resultados face ao consenso, as acções podem abrir hoje em terreno positivo", dizem os analistas do BESI na nota enviada a clientes esta manhã. Justificam esta expectativa, entre outros aspectos, com o facto de a Sonae estar a considerar alternativas para acelerar a captação de valor na unidade de retalho e a geração de "free cash-flow" ter sido forte.  O BESI recomenda comprar Sonae SGPS com um preço-alvo de 1,40 euros.

O CaixaBI assinala que a empresa foi penalizada pela deflação no retalho alimentar, que no caso da empresa foi de 2,4%. "Não obstante, a consequente erosão de margem EBITDA permaneceu contida, enquanto a marca Continente continuou a aumentar a quota de mercado", refere o analista da unidade de research da CGD, concluindo que "como um todo, não trazendo surpresas, os resultados [da Sonae SGPS] reforçam a nossa visão positiva da empresa". O CaixaBI recomenda comprar Sonae SGPS com um preço-alvo de 1,45 euros.

O BPI salienta que o facto de o EBITDA ter ficado ligeiramente abaixo do esperado não implica grandes revisões nas estimativas para os resultados da Sonae SGPS. O EBITDA ficou nos 105 milhões de euros no terceiro trimestre, enquanto os analistas apontavam para 108 milhões.

"A empresa tem activos ‘premium’ que devem continuar a impulsionar os resultados, enquanto a tendência de descida das ‘yields’ do mercado imobiliário devem deixar espaço para melhorias na avaliação", dizem os analistas do BPI, salientando que negócios potenciais nesta área do imobiliário também serão "factores positivos para as acções". O BPI recomenda "comprar" Sonae SGPS, com um preço-alvo de 1,75 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.