Notícia
WSJ: Regulador do mercado chinês está de saída
Depois de três anos de mandato marcado por episódios de elevada volatilidade e forte queda das acções no mercado chinês, Xiao Gang deverá ser substituído por um antigo vice-governador do banco central.
O presidente do regulador do mercado de capitais chinês deverá demitir-se nos próximos dias, depois de ter sido criticado nos últimos meses pela forma como geriu a crise de volatilidade na bolsa.
A notícia é avançada pelo The Wall Street Journal (WSJ), que cita fontes próximas do processo. O jornal refere que Xiao Gang, presidente da China Securities Regulatory Commission (CSRC) deverá ser substituído por Liu Shiyu, o actual presidente do Banco Agrícola da China e antigo vice-governador do banco central chinês.
A saída de Xiao Gang, que está há quase três anos no cargo, será anunciada nos próximos dias, asseguram as mesmas fontes.
Pelo menos desde o Verão passado que as suas decisões para combater a volatilidade do mercado têm sido criticadas por, alegadamente, conduzirem a um agravamento e não à resolução da situação.
Uma das medidas mais controversas, como refere o WSJ, foi a introdução da regra de "curto-circuito", um mecanismo de suspensão automática da negociação das acções, que é desencadeado aquando de uma queda considerada demasiado pronunciada no seu valor.
Em vez de estancar as quedas, o mecanismo intensificou-as e contribuiu para um efeito de contágio ao resto dos mercados mundiais e levando ao pior início de ano para as acções chinesas dos últimos 25 anos. Nem os esforços do banco central, que por várias vezes injectou liquidez no sistema, foram capazes de conter de imediato as desvalorizações.
Xiao deixa como legado um aumento da transparência dos mercados e a tentativa de aproximação aos princípios vigentes nos mercados ocidentais para a entrada de empresas em bolsa.
O período da sua presidência fica ainda marcado pela forte valorização dos principais índices a partir de meados de 2014, sustentada por investidores fortemente alavancados, situação que precipitou a queda mais acelerada das acções e com a qual os críticos dizem não ter sido capaz de lidar.