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Wall Street volta a tremer com o coronavírus. Bolsas descem quase 2%
Depois das perdas ligeiras de ontem, os índices dos Estados Unidos voltaram às fortes descidas, devido aos receios em torno do coronavírus.
Os principais índices norte-americanos voltaram às fortes quedas na sessão desta quinta-feira, 27 de fevereiro, depois de terem encerrado com quedas ligeiras ontem e com o Nasdaq até com sinal positivo.
O pessimismo volta, assim, a tomar conta dos investidores, numa altura em que a rápida propagação do coronavírus fora da China está a reforçar os receios sobre os efeitos económicos do surto e o seu impacto nos lucros das empresas.
Nesta altura, o tecnológico Nasdaq cai 2,18% para 8.785,66 pontos enquanto o S&P500 cede 1,77% para 3.061,29 pontos, elevando para 10% a queda acumulada nas últimas seis sessões de perdas. Já o industrial Dow Jones desliza 1,4% para 26.579,19 pontos.
O número de novos casos de infetados na China, onde o surto teve origem, foi superado pela primeira vez pelos novos casos noutros países, principalmente em Itália, no Irão e na Coreia do Sul.
Além disso, o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos confirmou o caso de um infetado na Califórnia que supostamente não viajou para nenhum sítio de risco nem teve exposto a outro paciente conhecido.
"Nestes últimos dias, os mercados perceberam que o surto é muito pior do que pensavam e estão agora a descontar de forma mais realista o impacto do vírus na economia", refere Philip Marey, estrategista sénior do Rabobank nos EUA, citado pela Reuters.
"Nesse sentido, é uma espécie de correção do relativo otimismo que existia no início, quando os mercados pensavam que o vírus seria contido na China com um pequeno surto no exterior", acrescenta o especialista.
Os especialistas continuam a soar os alarmes sobre o impacto do surto do coronavírus. O Goldman Sachs já antecipou que as empresas americanas não vão aumentar os lucros em 2020, enquanto o Bank of America cortou as estimativas para o crescimento da economia mundial para o nível mais baixo desde o pico da crise financeira global.