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Wall Street volta às fortes quedas depois de subida recorde

As bolsas norte-americanas regressaram às sessões de quedas acentuadas, sugerindo que a recuperação de quarta-feira não terá continuidade.

27 de Dezembro de 2018 às 14:41
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A recuperação de Wall Street foi forte mas de curta duração. Depois de ontem as acções norte-americanas terem registado o melhor desempenho diário desde 2009, esta quinta-feira o sentimento volta a ser negativo e os índices abriram o dia a cair de forma acentuada.

 

Na quarta-feira o Dow Jones conseguiu uma valorização história (pela primeira vez subiu mais de mil pontos numa só sessão). Hoje está a cair 1,26% para 22.591,16 pontos. O tecnológico Nasdaq desce 1,25% para 6.472,398 pontos e o S&P500 cede 1,48% para 2.431,42 pontos.

 

Na última sessão os três principais índices tinham marcado ganhos em torno de 5%, recuperando do tombo sofrido na véspera de Natal que foi motivado pelos receios com a possibilidade de Donald Trump demitir Jerome Powell da Reserva Federal.

 

No Dia de Natal, o presidente dos Estados Unidos veio afastar este cenário e até aconselhou os investidores a comprarem acções, o que deu o tom para a recuperação de Wall Street. Mas o efeito positivo, que ainda contagiou as bolsas asiáticas e as praças europeias esta manhã, já se desvaneceu.

 

Na Europa os índices também já caem mais de 1% e o Stoxx600 atingiu um novo mínimo de dois anos.   

 

Os receios em torno da desaceleração económica mundial, das tensões comerciais (especialmente entre os EUA e a China) e da paralisação ("shutdown") parcial dos serviços federais norte-americanos têm contribuído para o pessimismo dos investidores. Hoje voltaram a surgir sinais negativos sobre o andamento da economia global, já que os lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 1,8%, em Novembro, o que representa o primeiro registo negativo desde 2015.

 

Operadores de mercado ouvidos pela Reuters assinalam que a recuperação de ontem terá sido exacerbada pelas habituais recomposições de carteiras que são efectuadas no final de ano.

 

"Até agora não assistimos a uma alteração nos fundamentais. As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China continuam a ser a grande incógnita para 2019", disse à Reuters Hussein Sayed, da corretora online FXTM.

 

De acordo com a agência de notícias, que cita fontes próximas das negociações, uma delegação do governo dos Estados Unidos viajará para Pequim na semana de 7 de Janeiro para se reunir com as autoridades chinesas, no âmbito das negociações de tréguas comerciais que decorrem entre os dois países.

 

A somar à lista de factores que pressiona os mercados accionistas esta quinta-feira, Trump está a considerar avançar com uma ordem executiva para impedir as empresas norte-americanas de usarem equipamento fabricado pelas chinesas Huawei e ZTE e o Banco Carige afunda mais de 12% depois do maior accionista do banco italiano ter recusado participar num aumento de capital.

  

Além disso, o petróleo regressa a terreno negativo depois de ontem ter conseguido a maior subida em dois anos, o que está a pressionar as cotadas do sector energético. O WTI em Nova Iorque desce 1,19% para 45,67 dólares e o Brent em Londres recua 1,63% para 53,58 dólares.

 

O sector do retalho foi o que mais impulsionou Wall Street na sessão de ontem, devido aos dados que apontam para uma forte época de vendas no Natal. A Amazon destacou-se com um ganho de quase 10%, sendo que hoje está a desvalorizar 1,5% para 1.448,9 dólares.

 

A contribuir para as perdas em Wall Street estão ainda as acções de outras tecnológicas, com a Alphabet (dona do Google), Apple e Microsoft todas com perdas próximas de 2%.

 

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