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Wall Street afunda com receio da Evergrande. E Fed à espreita

As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em forte baixa, com os investidores de olhos postos na gigante chinesa do imobilário Evergrande, que corre o risco de falência.

Reuters
20 de Setembro de 2021 às 21:23
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O índice industrial Dow Jones fechou a ceder 1,78%, para 33.970,47 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 1,70%, para 4.357,73 pontos – a maior queda desde maio.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite derrapou 2,19% para se fixar nos 14.713,90 pontos.

 

Já o o índice Russell 2000 (que integra as cotadas de menor capitalização bolsista) mergulhou 2,4% (chegou a estar a cair quase 4%), naquela que foi a descida mais acentuada desde maio.

 

Os investidores de todo o mundo têm estado a prestar cada vez mais atenção à gigante chinesa do imobilário Evergrande, que corre o risco de falência. Isso levou a que na sessão de hoje não só as bolsas dos EUA mas também os mercados acionistas asiáticos e europeus registassem perdas.

 

No final da semana passada, a CNN Business dizia que a China estava perante um potencial "momento Lehman" mas que Wall Street se mostrava, por enquanto, imperturbável. E o "por enquanto" tinha razão de ser, pois as bolsas de todo o mundo, não apenas dos EUA, negociaram em terreno negativo durante todo o dia à conta dos receios em torno desta potencial implosão da Evergrande, tal como aconteceu há 13 anos com o banco norte-americano Lehman Brothers – episódio que mostrou como o desmoronamento de uma única entidade pode emitir ondas de choque para todo o mundo.

 

"Há quem receie que um colapso da Evergrande tenha riscos sistémicos, a par com o impacto que a queda do Lehman teve no mercado acionista norte-americano", sublinhou na passada quinta-feira, numa nota de análise, o presidente da Yardeni Research, Ed Yardeni, citado pela CNN Business.

 

Tal como o banco norte-americano, a Evergrande é enorme: tem 200.000 funcionários, encaixou mais de 110 mil milhões de dólares em vendas no ano passado e tem mais de 1.200 projetos em mãos, frisa a Reuters.

 

A Evergrande afundou hoje 10% na Bolsa de Hong Kong e já perdeu 84% este ano. Os bancos, seguradoras e outras empresas do ramo imobiliário da China também foram penalizados.

 

Cresce assim o receio de que a crise na Evergrande – que detém cerca de 6,5% da dívida total detida pelo setor imobiliário chinês – acabe por atingir todo o sistema financeiro. Nas últimas semanas, a empresa tem alertado os investidores para os seus problemas de cash flow, dizendo que poderá entrar em incumprimento se não conseguir angariar dinheiro rapidamente.

 

A Evergrande deveria ter reembolsado juros sobre alguns empréstimos bancários nesta segunda-feira, sublinha a Bloomberg – acrescentando que as autoridades chinesas disseram recentemente aos maiores bancos do país que não iriam receber esses pagamentos.

 

O efeito Fed

 

Os investidores estão também em "modo espera" relativamente à Reserva Federal norte-americana, que amanhã inicia a sua reunião de dois dias dedicada à política monetária.

 

Muitos antecipavam que a Fed pudesse anunciar o início do "tapering", que passam pela compra de dívida], mas com o relatório desanimador do mercado laboral em agosto isso poderá ser agora menos provável, salienta a CNN.

 

Além disso, na semana passada foram divulgados dados de que a subida da inflação nos EUA começa a dar mostras de abrandamento, o que diminuiu os receios de que a Fed anuncie este mês o início do ‘tapering’. Mas a retirada gradual dos estímulos (nomeadamente através da compra de dívida) acabará por acontecer e a incerteza quanto ao timing tem convidado à prudência dos investidores.

 

 

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