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Novo Banco "tem dimensão" e pode ser "interessante" em bolsa, diz CEO da Euronext Lisbon
Isabel Ucha vê com bons olhos a entrada de um novo banco na bolsa de Lisboa e antecipa níveis de liquidez elevados.
O facto de o Novo Banco "ter dimensão" torna a sua entrada em bolsa "interessante" e terá certamente um "bom nível de liquidez". É a leitura de Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, que não se quis pronunciar relativamente a conversações ou "timings" de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).
"As entradas em mercado são bem-vindas a qualquer empresa que cumpra as normas de mercado e possa ser atrativa. No caso do Novo Banco, a concretizar-se, é um banco com dimensão, terá certamente um bom nível de liquidez e pode ser interessante", afirmou num encontro de jornalista relativamente aos resultados do grupo em 2024 e perspetivas para 2025.
Já relativamente a um cenário de "dual listing" que chegou a ser falado pelo CEO do Novo Banco, Mark Bourke, em Lisboa e em Londres, Isabel Ucha refere que "há uma tendência para as empresas escolherem local de 'listing' onde a operação é mais reconhecida". Isto, tendo em conta que "o Novo Banco é um banco esmagadoramente português, com quase toda a sua atividade em Portugal".
Questionada ainda sobre quando o Novo Banco poderá integrar o PSI, a CEO da Euronext Lisbon remete para as regras, o que leva a que a integração no principal índice nacional, possa acontecer na revisão feita pela Euronext em setembro ou dezembro, respetivamente. Isto porque a data-limite da revisão é "após o fecho do mercado na penúltima sexta-feira de fevereiro, maio, agosto e novembro", como tinha detalhado fonte oficial da Euronext ao Negócios.
No entanto, um comité independente pode considerar elegível uma empresa recém-admitida à negociação, mesmo que tenha menos de 20 dias de mercado, o que, recorda Isabel Ucha, aconteceu com a Galp "que negociou apenas 15 ou 16 dias".
Sem se querer comprometer com expectativas relativamente ao mercado de IPO este ano, a responsável pela bolsa de Lisboa assume que há "uma apetência progressiva por títulos europeus, o que se vê nos volumes negociados e na prestação dos índices".
"Os investidores estão a olhar para a Europa como uma oportunidade face às ações norte-americanas e se juntarmos isso a uma normalização da política monetária pelo Banco Central Europeu (BCE) ajuda a melhorar as avaliações e o cenário de uma entrada em bolsa", afirmou.