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Jerónimo Martins quer anular corte de dividendos e convoca AG para pagar mais 86,7 milhões
A retalhista, que tinha cortado a proposta de dividendos para 20,7 cêntimos, quer agora pagar mais 13,8 cêntimos para chegar a um payout de 50%.
A Jerónimo Martins quer voltar atrás na decisão de cortar os dividendos a distribuir aos acionistas e pagar mais 86,7 milhões de euros, o equivalente a 13,8 cêntimos por ação.
Em maio, confrontado com a incerteza decorrente da pandemia da covid-19, a administração da retalhista decidiu cortou a proposta de dividendo anunciada no início do ano, de 34,5 cêntimos por ação, correspondente a um "payout" de 50%, para 20,7 cêntimos.
Agora, e tendo em conta as contas sólidas da empresa, a Jerónimo Martins quer pagar o valor remanescente, de 13,8 cêntimos por ação, para totalizar os 34,5 cêntimos.
"O Conselho de Administração informou o mercado de que, dependendo da evolução da situação, poderia ainda considerar propor a distribuição, com base nas reservas livres da Sociedade, até ao final do ano, do valor remanescente para perfazer o rácio de 50% dos resultados líquidos consolidados, em linha com a política de dividendos de Jerónimo Martins", diz o grupo num comunicado enviado à CMVM esta segunda-feira.
A retalhista sublinha que registou um desempenho "robusto nestes tempos de adversidade" e apresenta uma "situação financeira sólida", pelo que o conselho de administração "propõe que os Acionistas deliberem proceder à distribuição parcial de reservas livres no montante de 86.723.922,36 euros, equivalente ao valor bruto por ação de 0,138 euros".
A proposta é o único ponto da ordem de trabalhos da assembleia geral extraordinária agendada para 26 de novembro.
Na semana passada, a Jerónimo Martins anunciou que fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 219 milhões de euros, uma quebra de 17,8% face ao mesmo período do ano passado. Já as vendas cresceram 3,9% para 14,2 mil milhões de euros até setembro, suportadas pelo bom desempenho da polaca Biedronka. No terceiro trimestre, o aumento das vendas foi de 2,7% para 4,9 mil milhões de euros.