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Fundos de investimento cortam exposição às acções e apostam mais na Europa

Cautelosos perante as subidas acentuadas registadas no arranque do ano, os gestores de fundos estão a reduzir a exposição das carteiras ao mercado accionista.

31 de Janeiro de 2018 às 13:38
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Termina hoje aquele que poderá ser o segundo melhor Janeiro de sempre para as bolsas mundiais. O arranque de ano está a ser bastante positivo para os mercados accionistas a nível global, mas os investidores dão sinais de que a tendência poderá não se prolongar no curto prazo.

 

É pelo menos esta a conclusão da sondagem mensal da Reuters junto de 50 gestores de activos e "chief investment officers" (CIO) das principais praças financeiras mundiais (Europa, Estados Unidos e Japão).

 

Os resultados do inquérito de Janeiro (realizado entre os dias 15 e 29) mostram que estes investidores reduziram a alocação às acções para 50,1% das carteiras, o que representa um corte de 1,2 pontos percentuais.

 

As respostas dos gestores foram dadas antes da recente correcção dos mercados accionistas, que foram motivadas sobretudo pela alta das taxas de juro das obrigações. A "yield" dos títulos alemães a cinco anos passou para terreno positivo pela primeira vez em dois anos e a "yield" das obrigações norte-americanas a 10 anos fixou máximos desde 2014 acima dos 2,7%.

 

As bolsas europeias viveram ontem a pior sessão desde Novembro e Wall Street sofreu a maior queda em duas sessões desde Maio. Um desempenho que apenas mitigou a forte subida das bolsas mundiais em Janeiro. O MSCI ACWI (que reúne as principais cotadas de 47 países) acumula um ganho de 5,6% este mês, uma subida em linha com o registado em Janeiro de 2012 e que só é superada pelo ganho de 6,5% registado em 1994.

 

"O maior risco que existe hoje é a complacência. Não existe uma correcção nos principais mercados há dois anos", comentou à Reuters o responsável da gestora de activos Liontrust, John Husselbee.

 

"Os investidores estão a mostrar maior prudência", disse Mouhammed Choukeir, CIO da Kleinwort Hambros. "No investimento a curiosidade não mata o gato, mas a complacência sim", acrescentou.

 

Os gestores ouvidos pela Reuters mantêm as perspectivas positivas para os mercados accionistas, uma vez que as condições macro-económicas são favoráveis, embora alertem que muitas das notícias positivas já estarão descontadas nos preços actuais.   

  

Entre os principais receios dos investidores está a inflação, que poderá forçar os bancos centrais em todo o mundo a apertar a política monetária de forma mais agressiva do que o antecipado. "A subida da inflação de forma mais significativa do que o esperado pode gerar um ‘sell-off’ no mercado de obrigações e de acções, pois o mercado entenderá que a Fed está atrasada na resposta e será forçada a agir de forma mais rápida do que o esperado", explica Cedric Baron, da Generali Investments.

 

No que diz respeito à distribuição geográfica do investimento aplicado no mercado accionista, as respostas dos gestores de fundos mostram que está a crescer a aposta nas bolsas europeias. A exposição das carteiras às cotadas europeias aumentou em 1,8 pontos percentuais, para 19,6%. Em sentido inverso o peso do investimento nas bolsas dos Estados Unidos baixou para 40,1%.

 

"O potencial de crescimento dos resultados é mais elevado nos mercados emergentes, Europa e ‘mid-caps’ japonesas", afirma Larry Hatheway, da GAM.  Enquanto o europeu Stoxx600 está a subir cerca de 2% este ano, o norte-americano S&P500 ganha 5,5%. As bolsas europeias atingiram máximos de 2015 este mês, enquanto as praças norte-americanas têm atingido máximos históricos consecutivos.

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