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Fecho dos mercados: Bolsas, juros, petróleo e cobre recuam. Euro ganha terreno
A bolsa nacional e as principais congéneres do resto da Europa perderam terreno, bem como as cotações do petróleo e do cobre, além dos juros soberanos. A somar esteve o euro, que segue a valorizar face à nota verde.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,42% para 5.319,84 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,72% para 3623,18 pontos
S&P 500 ganha 0,87% para 2.610,67 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal desceu 0,3 pontos base para 1,718%
Euro soma 0,73% para 1,2443 dólares
Petróleo cai 1,05% para 69,71 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias recuam, ainda reticentes com tensões comerciais
O PSI-20 encerrou a sessão bolsista a perder 0,42% para 5.319,84 pontos, tendo sido a Jerónimo Martins que mais pressionou (-1,28% para 14,23 euros), na quarta sessão seguida em que a retalhista negociou em terreno negativo. Depois de na semana passada ter renovado mínimos, hoje a cotada chegou a negociar nos 14,18 euros por acção, o valor mais baixo desde Setembro de 2016. Isto no dia em que a Bloomberg noticiou, citando o jornal polaco Rzeczpospolita que, a Jerónimo Martins está a estudar a aquisição de uma concorrente na Polónia, a Piot i Pawel.
A praça lisboeta acompanhou a tendência de quedas que predominou na generalidade das principais bolsas europeias, numa sessão em que o índice de referência europeu Stoxx 600 recuou pelo quarto dia consecutivo, tendo mesmo tocado em mínimos de Fevereiro de 2017. As bolsas europeias mantiveram assim a tendência de perdas já registada na semana passada, que ficou marcada pela apreensão dos investidores em relação às consequências da guerra comercial Estados Unidos-China. Na sessão de hoje, todos os sectores negociaram no vermelho na Europa, com destaque para as telecomunicações, tecnologias e serviços financeiros.
Juros caem na Europa
As taxas de juro caíram na generalidade dos países europeus, numa altura em que a marcar a negociação estiveram os mínimos de 16 anos das "yields" a 10 anos [que é o vencimento de referência] de Espanha, depois de na sexta-feira a agência de rating S&P ter elevado a notação soberana do país para A-.
A taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Espanha segue a descer 0,9 pontos base para 1,260%, depois de ter chegado a tocar nos 1,240% (o valor mais baixo desde 9 de Novembro de 2016), ao passo que a de Portugal recua 0,3 pontos base 1,718%. Já a taxa das bunds alemãs a 10 anos desliza 0,4 pontos base para 0,524%.
Taxas Euribor mantêm-se a 3 meses e descem a 6 e 12 meses
As taxas Euribor voltaram a registar um movimento misto nos diferentes prazos. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, voltou a fixar-se em -0,329%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,332%. Já a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, desceu hoje para -0,271%, menos 0,001 pontos e contra o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez a 31 de Janeiro.
A nove meses, a Euribor subiu para -0,220%, mais 0,001 pontos do que na sexta-feira e contra o actual mínimo de sempre, de -0,224%, registado pela primeira vez a 27 de Outubro do ano passado. No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez a 5 de Fevereiro de 2015, recuou para -0,191%, menos 0,001 pontos e contra o actual mínimo de sempre, de -0,194%, verificado pela primeira vez a 18 de Dezembro passado.
Euro sobe influenciado pela guerra comercial e à espera da Fed
A moeda única europeia está a subir num momento em que os investidores esperam pelo discurso desta segunda-feira, 26 de Março, do presidente da Reserva Federal (Fed) de Nova Iorque, William Dudley, e da líder da Fed de Cleveland, Loretta Mester. Isto depois de a Fed ter decretado um aumento de juros de 25 pontos base, levando a que os investidores continuem à espera de sinais sobre o futuro.
A subida do euro esteve também a ser influenciada pelas tensões comerciais EUA-China. A moeda única segue a ganhar 0,73% para 1,2443 dólares, numa altura em que aumenta a especulação de que as carteiras poderão aumentar a exposição à moeda europeia.
Forte aumento de plataformas petrolíferas nos EUA pressiona crude
O petróleo inverteu dos ganhos de grande parte do dia e segue a perder terreno nos principais mercados internacionais, penalizado pelo facto de os operadores estarem a aproveitar os últimos dados sobre o aumento da produção norte-americana para procederem à tomada de mais-valias. Na sexta-feira, a Baker Hughes, fornecedora norte-americana de serviços a campos petrolíferos, divulgou que o número de plataformas de prospecção de crude nos EUA quadruplicou, para 804, atingindo assim o nível mais alto desde Março de 2015.
No mercado nova-iorquino, o crude de referência segue a ceder 1,14% para 65,13 dólares por barril, e em Londres o Brent do Mar do Norte – que serve de referência às importações portuguesas – está a negociar nos 69,71 dólares com um recuo de 1,05%. Isto depois de terem estado a ganhar terreno devido à intenção também do Iraque – depois de a Arábia Saudita se ter pronunciado no mesmo sentido na sexta-feira – de defender a manutenção do corte de produção da OPEP até 2019.
Guerra comercial de Trump fez descarrilar o cobre
A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e as tarifas aduaneiras que a Administração Trump impôs também à importação de aço e alumínio de outros países têm estado a penalizar muitas matérias-primas, mas o anúncio de negociações Washington-Pequim ajudou a animar a negociação de hoje nas commodities.
Contudo, o cobre, que ganhou bastante terreno com a agenda pró-investimento em infraestruturas do presidente norte-americano, continua a ser penalizado por estas medidas proteccionistas dos EUA e estão a caminho da primeira queda trimestral desde as eleições presidenciais de Novembro de 2016 que deram a vitória a Donald Trump.