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Bridgewater alerta para possível "década perdida" nas ações

O colapso da procura induzido pela pandemia já resultou numa enorme queda das margens de lucro no curto prazo, acrescentaram os analistas da firma de Ray Dalio.

O hedge fund de ray Dalio registou uma queda de 15% dos ativos sob gestão durante março e abril. José Sena Goulão/Lusa
Bloomberg 19 de Junho de 2020 às 13:12

Uma reversão do forte crescimento das margens de lucro das empresas norte-americanas ao longo dos anos pode levar a uma "década perdida" para os investidores em ações, segundo a Bridgewater Associates, de Ray Dalio.

 

As margens de lucro, responsáveis por grande parte do excesso de retorno das ações em relação às posições em dinheiro, podem sofrer um desvio que irá além da atual desaceleração cíclica dos lucros, escreveram os analistas da Bridgewater num relatório a clientes de 16 de junho.

 

"A globalização, talvez o maior fator de rentabilidade do mundo desenvolvido nas últimas décadas, já atingiu o pico", disseram os analistas. "Agora, o conflito EUA-China e a pandemia aceleram ainda mais as iniciativas das multinacionais de regresso a casa e duplicar as cadeias de fornecimentos com foco na confiança, e não apenas na otimização de custos."

 

O colapso da procura induzido pela pandemia já resultou numa enorme queda das margens de lucro no curto prazo, acrescentaram os analistas.

 

A Intel e a Taiwan Semiconductor Manufacturing são citadas como dois exemplos de empresas que anunciaram intenções de construir unidades de produção nos EUA, apesar dos custos mais altos.

 

"Mesmo que os lucros totais recuperem, algumas empresas morrerão ou então as suas ações vão perder valor ao longo do tempo. Com níveis mais baixos de lucro e escassez de liquidez, provavelmente as empresas vão sair do coronavírus mais endividadas", alertaram os analistas.

 

A Bridgewater ganhou 58,5 mil milhões de dólares aos seus clientes desde a sua fundação em 1975, o valor mais elevado entre os hedge funds, de acordo com as estimativas da LCH Investments.

 

No entanto, a gigante de hedge funds registou uma queda de 15% dos ativos sob gestão durante março e abril, após as fortes perdas na principal estratégia de negociação. Os ativos caíram para 138 mil milhões de dólares no final de abril em relação aos 163 mil milhões de dólares no final de fevereiro, de acordo com documento publicado a 29 de maio no site da Securities and Exchange Commission (SEC), a entidade que regula o mercado norte-americano.

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