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Quedas da Jerónimo e do BCP levam bolsa nacional a cair e a contrariar Europa

O principal índice da praça de Lisboa encerrou a cair 0,62% pressionada pelos títulos da Jerónimo Martins, BCP e Galp Energia. No resto da Europa, o sentimento é de ganhos com os investidores a aguardarem pela votação do plano acordado entre os credores e Atenas.

Bloomberg
14 de Julho de 2015 às 16:48
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A bolsa nacional encerrou em terreno negativo e contrariou o sentimento da maioria dos índices bolsistas do Velho Continente. O PSI-20 encerrou a perder 0,62% para os 5.766,97 pontos, com 13 empresas em queda e cinco em alta. Apenas Lisboa e Milão estão no vermelho. Entre as restantes congéneres o sentimento é positivo, com o principal índice holandês a liderar as valorizações ao subir 0,80%, seguido do principal índice francês, que avança 0,69%. O Stoxx 600, o índice de referência, soma 0,38%.

Esta evolução tem lugar numa altura em que os investidores aguardam pela votação do Parlamento helénico do plano acordado na manhã desta segunda-feira, 13 de Julho, entre os credores internacionais e Atenas. Os líderes da Zona Euro retiraram da mesa o cenário de saída da Grécia da união monetária e chegaram ontem a um entendimento de princípio, tendo prometido estar disponíveis para fornecer mais empréstimos ao país - no imediato, para que seja possível ao BCE restabelecer a normalidade nos bancos, mas também para os próximos três anos, de modo a que Atenas consiga pagar aos suas dívidas e financiar uma nova recapitalização dos seus bancos.

Há, no entanto, várias pré-condições. A primeira é que o governo de Atenas mostre ser capaz de aprovar rapidamente no seu parlamento - até esta quarta-feira, 15 de Julho - o programa de reformas e de ajustamento orçamental que teve agora de ser endurecido em face dos danos infligidos à economia, sobretudo nestas últimas semanas e inicie o processo legislativo sobre algumas medidas concretas. Entre estas medidas prioritárias estão o aumento e reformulação das taxas do IVA e limitar as reformas antecipadas para reduzir os gastos com pensões. Atenas terá ainda de solicitar um terceiro resgate de médio prazo ao FMI (o actual, suspenso por falta de pagamento, vigora apenas até Março de 2016) e aceitar o regresso regular a Atenas das habituais equipas da troika - chamadas de "instituições" - para acompanhar a evolução da aplicação do programa.

Na bolsa nacional, os títulos da Jerónimo Martins, BCP e Galp Energia foram os que mais pressionaram a negociação. No retalho, a Jerónimo Martins encerrou a cair 2,10% para 11,65 euros. A Sonae desceu 0,56% para 1,25 euros.

Na banca, o BCP perdeu 1,11% para 8,02 cêntimos, o BPI desvalorizou 2,70% para 1,08 euros e o Banif recuou 1,52% para 0,65 cêntimos.

Na energia, a Galp Energia desceu 0,56% para 10,71 euros numa altura em que os preços do petróleo estão sem uma tendência definida nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate soma 0,27% para 52,34 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, desce 0,31% para 57,67 dólares por barril.

A marcar a negociação da matéria-prima está o acordo alcançado relativamente ao programa nuclear iraniano. No âmbito do acordo celebrado esta terça-feira, 14 de Julho, as sanções impostas pelos Estados Unidos, União Europeia e as Nações Unidas serão gradualmente levantadas, e, em troca, o Irão concorda colocar restrições a longo prazo nos programas nucleares que os países ocidentais suspeitavam ter como objectivo criar uma bomba nuclear.

"Todo o trabalho árduo compensou e chegámos a acordo", disse um diplomata iraniano citado pela Reuters. Segundo a agência noticiosa, diplomatas ocidentais avançaram que este acordo prevê um mecanismo que permite recuar e voltar a accionar sanções caso o acordo seja violado. Esta informação foi confirmada por Obama na conferência de imprensa dada esta terça-feira na Casa Branca.

Ainda no sector energético, a EDP cedeu 0,22% para 3,557 euros. Já a EDP Renováveis soma 0,83% para 6,808 euros. A REN soma 0,08% para 2,629 euros.

A Nos fechou a sessão a descer 0,28% para 7,452 euros e a Pharol recuou 1,51% para 39,2 cêntimos.

No sector do papel, a Semapa encerrou a descer 0,56% para 12,335 euros e a Portucel somou 1,10% para 3,66 euros.

A Altri recuou 1,40% para 3,673 euros.

A Mota-Engil somou 3,09% para 2,74 euros e a Teixeira Duarte desceu 1,13% para 61 cêntimos.

(Notícia actualizada às 17h01)

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