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Bill Gates dá subida de 13% à espanhola FCC (act.)
Após ter sido conhecido que Bill Gates é agora o segundo maior accionista da construtora espanhola FCC, a cotada chegou a disparar 13% esta manhã. Governo fala em sinal de “maior confiança e credibilidade” na economia espanhola.
Esta manhã, a construtora espanhola FCC, cotada no IBEX 35, disparou 13,27% para os 17,75 euros. Por esta altura, o título já está com uma subida mais ténue, contudo, está ainda a negociar em alta, subindo 9,96% para os 17,23 euros.
Este comportamento acontece depois de ter sido tornado público, esta segunda-feira, que Bill Gates, fundador da Microsoft, adquiriu 6% do capital da Fomento de Construcciones y Contratas (FCC). Gates comprou 7,6 milhões de acções, por 113,54 milhões de euros.
Com 6% do capital social da empresa, o fundador da Microsoft é o segundo maior accionista, depois Esther Koplowitz (vice-presidente da empresa), que controla 53,9% da empresa, escreve o "El Pais". Gates entra para a empresa numa altura em que a FCC está a implementar um plano estratégico, que tem como objectivo reduzir o endividamento da construtora e permitir o regresso aos lucros.
Segundo este jornal espanhol, o contacto com Bill Gates foi estabelecido há alguns meses, através do departamento de relações com os investidores, que tem desenvolvido "road shows" desde Março deste ano, altura em que foi lançado o plano estratégico da empresa.
Entretanto, o ministro espanhol da Indústria, José Manuel Soria, já classificou a entrada de Bill Gates no capital da FCC como um sinal “de maior confiança e credibilidade” na economia espanhola, de acordo com a agência EFE.
O Espírito Santo Investment Bank considera que este negócio é “ligeiramente positivo” para a empresa espanhola, já que lhe “permite reforçar o balanço” e, possivelmente, obter financiamento sem ter que realizar, no curto prazo, um aumento de capital.
Os analistas alertam, porém, que a compra de William H. Gates III “não altera os fundamentais” da construtora espanhola, e mostram-se preocupados com o seu refinanciamento.
“Aguardamos que a empresa mantenha o seu plano de reestruturação de curto prazo”, referem os analistas do BESI, no qual se inclui a venda da unidade de logística da FCC e da Cemusa durante o quarto trimestre do ano.
O BPI acredita que este negócio terá um impacto positivo nas acções da construtora espanhola. “O preço implícito de venda foi muito superior ao nosso ‘fair value’ para o grupo e ficou 5% abaixo do preço de fecho da sessão desta segunda-feira”, sublinha o banco de investimento.
A compra de Bill Gates pode ajudar a atingir as metas de desalavancagem e de redução da dívida da empresa espanhola, acredita o BPI. No final de Junho de 2013, a dívida líquida da FCC era de 6.655 milhões de euros.
(Notícia actualizada às 12h39 com comentários de analistas dos bancos de investimento BPI e BESI)