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Poupar para os filhos: Esqueça o porquinho-mealheiro

Se quer multiplicar a poupança das crianças, tem de investir como gente grande nos produtos que oferecem maior rentabilidade.

05 de Junho de 2018 às 10:12
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Nunca é demasiado cedo para começar a poupar para o futuro do seu filho. Seja para que possa estudar no estrangeiro daqui a uns anos, para comprar um carro ou para dar a entrada da sua primeira casa. Mas na ânsia de amealhar para os petizes, a maior parte dos pais acaba por recorrer às tradicionais contas-poupança. E o seu rendimento, já se sabe, é pouco ou nenhum. Senão, veja-se: as melhores remunerações, oferecidas pela Conta Poupança Com Futuro, do EuroBic, e pela Poupança Cristas, do Crédito Agrícola, não rendem mais do que 0,4% líquidos. Se estes valores não são suficientes para que descarte esta hipótese, o melhor que tem a fazer é simular o seu caso no nosso comparador de depósitos, em www.deco. proteste.pt/investe/depositos-a-prazo. Mas, voltamos a frisar, esta não é, de todo, a melhor estratégia para uma poupança de longo prazo. A menos que use o depósito como mealheiro, em que pode ir juntando o capital necessário para investir num produto realmente rentável.

Que produto?

Chegamos ao cerne da questão. Que produto escolher afinal? Depende. Do tempo durante o qual tenciona manter a aplicação, se tem um valor elevado para aplicar, se prefere fazer reforços regulares de pequeno montante, se está disposto a correr algum risco, etc. Com base nestas variáveis, apresentamos-lhe na página seguinte três soluções que lhe permitirão multiplicar as poupanças das crianças - duas com capital garantido, ou seja, sem risco, e mais indicadas para prazos até 10 anos; e outra sem capital garantido, para quem pretende uma aplicação para prazos superiores a 10 anos e está disposto a correr algum risco. Para períodos inferiores a cinco anos, não recomendamos produtos com risco. Por outro lado, aplicar o seu dinheiro por prazos superiores a 10 anos em produtos sem risco será muito pouco rentável. Na realidade, a idade dos miúdos é fundamental para definir a sua estratégia: em teoria, quanto mais nova for a criança, mais pode prescindir da liquidez e correr algum risco; mas se o seu filho estiver mais próximo da data em que tenciona utilizar essa poupança, deve evitar qualquer risco e optar por uma solução com garantia de capital e elevada liquidez.


Pode aplicar parte das poupanças em produtos de capital garantido e outra parte em produtos com risco.


Mas há outra opção. Tratando-se de uma criança pequena, pode combinar estas duas soluções, aplicando parte das poupanças em produtos de capital garantido e outra parte em produtos com risco.

Dessa forma, estará a pôr em prática uma das regras essenciais do investimento: não colocar os ovos todos no mesmo cesto. Como sabe, diversificar é uma forma de diminuir o risco.

Dar o peixe e ensinar a pescar

Independentemente de subscrever um destes produtos, é sempre importante investir na literacia financeira do seu rebento e fomentar hábitos de poupança em casa.

Comece por atribuir-lhe uma semanada ou uma mesada, para que este adquira noções de como gerir o seu dinheiro, e explique-lhe que a poupança não pode ser vista como o montante que sobra ao fim do mês. Definir objetivos concretos, como comprar uma bicicleta ou ir à Disneyland, vai com certeza juntar algum entusiasmo à sua missão de pequeno aforrador.

E não leve demasiado à letra o título deste artigo. Até porque a versão moderna do mealheiro tem, pelo menos, três compartimentos: um para poupar, um para gastar e outro para dar, e isso vai ensinar ao seu filho a importância de ser solidário.

titulares

Como manda a lei

Uma conta-poupança (ou depósito) pode ser aberta em nome do menor, desde que tenha também os nomes dos seus representantes legais, geralmente os pais. Há, no entanto, outras possibilidades. Quando a relação com os pais da criança é baseada na confiança, outros familiares podem ajudar a engordar a poupança. Para tal, depois de aberta a conta em nome do neto ou do sobrinho, os avós ou tios podem fazer um plano de transferências automáticas. A periodicidade e o valor desse plano podem ser personalizados. Se se tratar de uma aplicação financeira, que não um depósito a prazo, pode ficar desde logo estipulado que essa só será desbloqueada quando o menor completar 18 anos. Se tal não for possível, há que ser criativo. Os avós podem, por exemplo, indicar o neto como beneficiário do seu plano de poupança-reforma (PPR), fundo de pensões ou de um seguro de capitalização ou de vida. Podem estipular ainda que o reembolso seja feito através de uma entrega única ou de várias entregas programadas, consoante aquilo que entendam ser mais conveniente. Optando pelo fundo que recomendamos, pode abrir conta na Optimize em nome do menor, mas os titulares serão sempre os responsáveis legais. 



Só este produto tem a que tipo de aplicações se destinam

Certificados do Tesouro Poupança Crescente
Taxa média anual efetiva líquida: 1%. Varia entre 0,5% (1º ano) e 1,6% (7º ano)
Juros líquidos anuais: 27 a 81 euros (aplicando 5.000 euros)

Generali + Poupança pequenos montantes
Taxa anual bruta em 2017: 2%
Se aplicar a 10 anos: supondo que investe 50 euros por mês e o rendimento anual é de 2% brutos, obtém 6.641 euros

Optimize Seleção Base para o longo prazo
Taxa anual bruta nos últimos 10 anos: 6,1%
Se aplicar a 10 anos: supondo que investe 50 euros por mês e o rendimento de 6,1% se mantém, obtém 8.206 euros


Três cenários

O segredo é a idade da criança, mas não só

"Tenho um filho de 11 anos e quero aplicar algum dinheiro que já juntei para a sua poupança"
1. Sem risco e para montantes superiores a 1.000€

Não é novidade que deve escolher soluções de poupança com taxas de juro capazes de superar o valor da inflação, e que os depósitos a prazo há muito deixaram de ser esse produto. Por isso, se precisa de mais do que um porquinho-mealheiro, é preferível aplicar o dinheiro que juntou em Certificados do Tesouro Poupança Crescente (CTPC). Ainda que menos interessantes do que os anteriores Certificados do Tesouro Poupança Mais, esta é a opção indicada para quem procura uma solução com capital garantido e pode prescindir de liquidez no primeiro ano. O montante mínimo exigido para subscrever os CTPC é 1.000 euros. Apesar do prazo de sete anos, este produto não permite reforços. Isto significa que cada entrega posterior é uma nova subscrição, em que terá de investir, pelo menos, um milhar de euros. Os CTPC pagam juros anuais a taxa crescente, que varia entre 0,75% e 2,25% brutos (0,5% e 1,6% líquidos). Se mantiver o produto durante os sete anos, obterá, pelo menos, 1% líquido ao ano. Mas é possível que renda mais, pois, a partir do segundo ano, a taxa de juro pode ser majorada em função da taxa de crescimento do PIB. A subscrição é feita nos CTT e não tem custos. Mas há uma desvantagem: só as pessoas singulares e maiores podem ser titulares. Terão sempre de ficar no nome do pai ou da mãe.


"Todos os meses,vou pôr de lado 50 euros para a minha filha"
2. Sem risco e para entregas regulares mínimas de 50€

O seguro de capitalização Generali + Poupança é o produto de poupança indicado para crianças que estejam a cerca de cinco ou dez anos do momento de resgatar o dinheiro. Permite fazer entregas regulares de pequeno montante e até pode ser um incentivo para pôr o seu filho a contribuir para a sua própria poupança. Se optar por entregas mensais, o mínimo são 50 euros. O protocolo que temos com a Generali para subscritores da PROTESTE INVESTE e associados da DECO permite-lhe beneficiar de um prémio adicional de 0,3%, no momento da subscrição, para mínimos de 1.000 euros. Além disso, não tem de pagar qualquer comissão de subscrição ou entrega. Este seguro rendeu 3%, em 2015, e 2%, em 2016 e 2017. A taxa anual garantida não pode exceder os 4%, e é definida pela Generali, no começo de cada ano, com um limite mínimo correspondente ao valor resultante de 80% da média da taxa Euribor a 12 meses, do mês de dezembro no ano precedente. Para o ano de 2018, a taxa mínima garantida é 0,5%, mas pode render mais, tal como aconteceu em 2017. A todos os contratos acresce ainda a participação nos resultados financeiros, no mínimo de 90%.


"Acabámos de ser pais, mas vamos começar já a poupar aos poucos para o futuro do bebé"
3. Com risco, para o longo prazo, com mínimo de 10€

Quando a janela temporal é um pouco mais generosa, há alternativas mais rentáveis, ainda que envolvam um pouco de risco. Assim, um fundo misto, produto que investe em ações e obrigações, pode ser uma boa opção para pais que tencionam fazer entregas de pequeno montante, e não tenham qualquer urgência em resgatar o dinheiro. Mas há risco: o capital não é garantido, nem mesmo na data do resgate. No entanto, para prazos superiores a cinco anos, esta é, decididamente, uma opção a considerar. Terá de estar sempre atento a eventuais mudanças de conselho (veja as nossas recomendações, na página 29). Mas, se não quer ter nenhuma preocupação ao longo dos anos, além de ver o dinheiro crescer, considere a carteira de fundos da PROTESTE INVESTE, um investimento muito mais diversificado e gerido por profissionais. Para tal, basta ser associado e acionar o protocolo que temos com a Optimize, que lhe permite aplicar montantes a partir dos 10 euros. A carteira Optimize Seleção Base (65% aplicada em fundos de ações e 35% em fundos de obrigações), ideal para investimentos a dez anos, rendeu 7,3% ao ano, nos últimos cinco anos, 6,1%, nos últimos dez. Os pais mais ousados podem optar pela versão agressiva, que é mais rentável mas também mais arriscada. Para os mais avessos ao risco, a receita é a versão defensiva, com uma menor componente de ações. Investir nesta solução significa que, se puser de parte um euro por dia, durante 20 anos, e esta render nesse período o mesmo que nos últimos 10 anos, acumula quase 15 mil euros! Sabe quanto obteria se tivesse optado por um depósito a prazo, a render 1% ao ano? Oito mil.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.


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