Notícia
Nova ordem mundial exige reforço da competitividade
A UE tem-se afirmado como potência comercial devido à força do seu mercado único e às dezenas de acordos que estabeleceu com países terceiros. Mas a sua posição liderante enfrenta desafios de competitividade e de fragmentação do comércio mundial.
28 de Abril de 2024 às 22:45
A União Europeia (UE) é hoje o maior exportador do mundo e dispõe de um mercado único com 446 milhões de consumidores com um PIB per capita de 25 mil euros. No conjunto, os 27 representam 16% das importações e exportações mundiais (dados da UE de 2022), sendo que 38 milhões de postos de trabalho dependem das exportações comunitárias.
O bloco europeu apresenta-se como uma das economias mais abertas, em que 70% das importações entram no espaço comunitário com direitos aduaneiros nulos ou reduzidos.
A política comercial da UE foi evoluindo ao longo das décadas, mas fez parte da génese do projeto europeu. Na altura, o Tratado de Roma (1957) que criou a Comunidade Económica Europeia estipulava que os Estados-membros deviam contribuir para "o desenvolvimento harmonioso do comércio mundial", "a supressão progressiva das restrições às trocas internacionais" e "a redução das barreiras alfandegárias".
Hoje, a UE tem competência exclusiva para legislar e celebrar acordos comerciais com países terceiros ou blocos regionais, assentes nas regras da OMC. O facto de falar a uma só voz na cena internacional tende a fortalecer as posições da União Europeia.
A UE mantém acordos comerciais de conteúdo variável com países de todas as zonas do mundo. Atualmente, tem acordos de associação, de comércio livre ou parcerias económicas com 78 países tão distintos como Canadá, Egito, Israel, Iraque, Japão, México, Moçambique ou Reino Unido.
Outros 27 acordos estão em vias de aprovação ou de ratificação, como os celebrados com o Brasil ou Cabo Verde, e há ainda os que se encontram em vias de negociação.
A UE tem igualmente em vigor há mais de 50 anos o designado Sistema de Preferências Generalizado que visa eliminar ou reduzir os direitos de importação de bens provenientes de países em desenvolvimento.
Existe também o desafio do reforço da competitividade da UE - discutida na última cimeira de líderes europeus -, e de formas de colmatar as disparidades em matéria de crescimento e inovação em relação aos seus parceiros comerciais.
Finalmente, nos acordos com países terceiros, os desafios prendem-se com a exigência de reciprocidade, com a concorrência desleal, por exemplo, em matéria agrícola, com o "dumping" social e o respeito de normas ambientais.
O bloco europeu apresenta-se como uma das economias mais abertas, em que 70% das importações entram no espaço comunitário com direitos aduaneiros nulos ou reduzidos.
Hoje, a UE tem competência exclusiva para legislar e celebrar acordos comerciais com países terceiros ou blocos regionais, assentes nas regras da OMC. O facto de falar a uma só voz na cena internacional tende a fortalecer as posições da União Europeia.
Os parceiros comerciais da União Europeia
O bloco comunitário é o principal parceiro comercial de 80 países (por comparação, os Estados Unidos são parceiro principal de cerca de 20). Em 2022, os Estados Unidos (20% do total), o Reino Unido (12%) e a China (9%) foram os principais destinos de bens europeus. No que aos serviços diz respeito, Estados Unidos, Reino Unido e Suíça aparecem no topo das exportações.A UE mantém acordos comerciais de conteúdo variável com países de todas as zonas do mundo. Atualmente, tem acordos de associação, de comércio livre ou parcerias económicas com 78 países tão distintos como Canadá, Egito, Israel, Iraque, Japão, México, Moçambique ou Reino Unido.
Outros 27 acordos estão em vias de aprovação ou de ratificação, como os celebrados com o Brasil ou Cabo Verde, e há ainda os que se encontram em vias de negociação.
A UE tem igualmente em vigor há mais de 50 anos o designado Sistema de Preferências Generalizado que visa eliminar ou reduzir os direitos de importação de bens provenientes de países em desenvolvimento.
Os desafios para a UE
Face às previsões de que 90% do crescimento mundial futuro se verifique fora das fronteiras da Europa, a UE enfrenta vários reptos. Um primeiro desafio está relacionado com as tensões geopolíticas globais, as consequências para as cadeias de abastecimento, os riscos de fragmentação do comércio mundial e a necessidade de garantir um mínimo de autonomia estratégica.Existe também o desafio do reforço da competitividade da UE - discutida na última cimeira de líderes europeus -, e de formas de colmatar as disparidades em matéria de crescimento e inovação em relação aos seus parceiros comerciais.
Finalmente, nos acordos com países terceiros, os desafios prendem-se com a exigência de reciprocidade, com a concorrência desleal, por exemplo, em matéria agrícola, com o "dumping" social e o respeito de normas ambientais.