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Hotelaria afirma que "retoma do turismo em Portugal abortou"

As restrições recentes de que Portugal foi alvo vêm contrariar a recuperação que era esperada para o turismo no verão de 2021.

2017 será caracterizado por instabilidade política e financeira a nível mundial, mas o turismo em Portugal deverá aumentar as suas receitas e assim contribuir decisivamente para o crescimento do PIB nacional.
30 de Junho de 2021 às 11:49
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O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raul Martins, afirma que "a retoma do turismo em Portugal abortou", após o anúncio de restrições do lado da Grã-Bretanha e Alemanha.

A perspetiva de que a retoma se iria iniciar neste verão não se verificará, afirma o presidente da associação hoteleira, justificando com os recentes constrangimentos no que toca à Grã-Bretanha e à Alemanha. "Este será um ano negativo ou com resultado zero, quando esperávamos que ele fosse já positivo", aponta Raul Martins. 

Estas conclusões são apresentadas no rescaldo da divulgação do inquérito "Perspetivas verão 2021", realizado junto dos associados da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Este inquérito foi feito antes de terem sido anunciadas medidas que prejudicam o turismo português em relação aos mercados inglês e alemão, pelo que o cenário na época alta será mais gravoso, acredita a AHP, do que aquele pintado pelo estudo. 

As autoridades sanitárias da Alemanha consideraram que Portugal, assim como a Rússia, são zonas de risco devido à existência de variantes do novo coronavírus, pelo que proibiu as viagens para estes dois países esta semana. Paralelamente, o Reino Unido foi incluído na lista de países cujos cidadãos serão sujeitos a quarentena de 14 dias após entrada em Portugal continental, determinou o Governo português, através de um despacho.

Neste cenário, o presidente da AHP considera que, mais que criar novas medidas e apoios, é urgente operacionalizar os já existentes, e aumentar as verbas "
por forma a corresponder às necessidades do setor". "Os apoios não estão disponíveis. Têm de ser definidos os critérios que vão permitir ao Banco de Fomento apoiar. O que para nós é urgente é que essa definição exista", explica Raul Martins. A expectativa é que seja possível fazer este trabalho até 15 de julho e que seja aplicado desde logo. 

Reservas já baixas em risco de piorar

O inquérito, que fica desatualizado face às novidades quanto ao Reino Unido e Alemanha, já não mostrava o melhor cenário.

"Vamos ter um prejuízo gravíssimo nesta época alta, contávamos com o mercado alemão e inglês", alerta Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP. A média de reservas está nos 45% na época alta. "Pior que isto, nem sei o que poderíamos imaginar. Não sei como vai ser pior".

A média de reservas em junho ficou-se pelos 43%, em julho devia situar-se na mesma linha e em agosto em torno dos 46%. A estes dados acresce que mais de metade dos inquiridos dizem que 80 a 100% das respetivas reservas são reembolsáveis. 


Os principais mercados de turismo são o mercado interno, à cabeça, e Espanha e França a preencherem o "Top 3" do turismo nacional. O Reino Unido já estava fora deste grupo no momento do inquérito, posicionando-se em quarto lugar.

A taxa de ocupação média nacional ficou "apenas" nos 48%, apontou Cristina Siza Vieira. O pior registo está em Lisboa, de 32%, e os mais de 60% conquistados pelo Algarve e Alentejo "não são motivo de excitação", tendo em conta que o que está em causa é a época alta, continua a vice-presidente.

O inquérito indicava menos unidades hoteleiras encerradas em junho do que no mesmo mês do ano passado, e a tendência era que a percentagem de unidades encerradas  fosse cada vez menor até setembro. Em paralelo, notam-se dificuldades na contratação, diz a AHP. 68% dos inquiridos têm a intenção de reforçar as equipas em regime temporário para fazer face aos picos de procura. Mas 64% dizem que estão com muita dificuldade na contratação para este período e, mesmo tendo hóspedes, não estão a conseguir servir nos próprios restaurantes ou fazer serviço de quartos. Isto porque muitos dos funcionários mudaram de cidade ou estão a receber o subsídio de desemprego.  

As principais ameaças apontadas pelo setor são as restrições em termos de voos e mobilidade (40%), o medo de ser infetado com a doença (26%) e a incerteza e desconhecimento das regras no local de destino (25%).



(Notícia atualizada às 12:54)
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