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Cadeias hoteleiras mundiais estão de olhos postos em África
Algumas das maiores cadeias hoteleiras estão de olhos postos em África. Grupos como o Marriott, Hilton, Starwood e Intercontinental estão a focar o crescimento da sua quota de mercado naquele continente, como refere o “Financial Times”. No ano passado estavam projectados mais de 200 novos hotéis para a região.
O Grupo Marriott, no ano passado, adquiriu o Proteal, uma cadeia hoteleira que está espalhada em sete países em África. “Sinceramente eu acho que África será o ‘next big thing’”, disse Michael Wale, o responsável para a Europa, Médio Oriente e África da Starwood, citado pelo “Financial Times”.
Apesar desta dinâmica de crescimento, o responsável pelo Médio Oriente e África do Grupo Marriott, Alex Kyriakidis, citado pelo “Financial Times”, alertou que grande parte dos turistas que chegam a África não gostam de ficar nas grandes cadeias hoteleiras, preferem vivenciar outras dinâmicas de viagens.
O perfil do turista que vai a África, é um turista que gasta bastante. Segundo a consultora Mercer, a capital de Angola, Luanda, e N’Djamena, capital do Chade, estão entre as cinco cidades mais caras do mundo das viagens de negócios. Em Luanda dificilmente conseguirá pagar menos de 500 dólares por noite, num hotel de categoria de negócios, de acordo com a Mercer.
Alguns analistas referem que o continente Africano tem um obstáculo para que esta expansão se consolide: a dispersão. Este é uma região com mil milhões de pessoas, espalhadas por 54 países que se distinguem por vários sistemas legais, várias linguas. Já a China tem praticamente a mesma população, apenas com um sistema legal, uma lingua.
No ano passado estavam projectados para a região 207 unidades hoteleiras, mais 40% do que o verificado em 2011, de acordo com o W Hospitality Group. O grupo Accor lidera o grupo com 30 hotéis projectados, enquanto o Carlson Rezidor prevê construir 28 e o Marriott 22, Starwood 15 novos hotéis e o Hilton mais 17.
A Nigéria é um dos países mais dinâmicos, com um investimento previsto de 49 novos hotéis e 7.500 quartos planeados. O Quénia, Gana e o Gabão também parecem estar bem posicionados.
Já são várias as cadeias hoteleiras portuguesas que estão no continente Africano. O Grupo Pestana é o mais recente investidor no continente, com um projecto previsto para Luanda, a capital de Angola.
Em 2012, segundo os dados da Organização Mundial de Turismo, o número de turistas estrangeiros em África atingiu os 50 milhões, pela primeira vez, atingindo uma receita de 33 mil milhões de euros. As estimativas para 2020, apontam para um crescimento até aos 85 milhões de turistas.