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Estudo encomendado pelo porto de Lisboa arrasa terminal de contentores da Trafaria
Documento elaborado pela A.T. Kearney diz que investimento só será competitivo com recurso aos transportes rodoviários.
O terminal da Trafaria (TCT), que foi apresentado pelo Executivo há alguns meses para alargar o porto de Lisboa, só é viável com o recurso ao transporte rodoviário.
A conclusão está num estudo que a Administração do Porto de Lisboa (APL) encomendou à consultora A.T. Kearney, datado de Junho deste ano, e a que o Negócios teve acesso. “O modo intermodal de/para o TCT mais interessante para os agentes económicos é a rodovia (mais barato e operacionalmente mais eficiente), não se apresentando outras soluções (ferrovia, barcaça, RoRo) economicamente competitivas”, diz o documento.
O mesmo estudo adianta mesmo que “a não serem criadas as acessibilidades rodoviárias, o TCT perderá significativamente competitividade a favor de portos alternativos”. Recorde-se que o presidente da Refer, Rui Loureiro, disse em Maio que a solução para a ligação ferroviária entre o futuro terminal de contentores da Trafaria e Lisboa terá custos associados de cerca de 152 milhões de euros, a que se somariam outros oito milhões para expropriações.
Além disso, segundo a A.T. Kearney “a ausência de uma vantagem competitiva em custo de transporte terrestre, tempo de entrega e disponibilidade de ligações ao ‘foreland’ não deverá permitir um alargamento significativo do ‘hinterland’ do Porto de Lisboa para Espanha” .
O mesmo documento afirma que “o TCT terá impactos socio-económicos directos importantes: em 2048, estima-se que gere 90 milhões de euros de consumo intermédio, contribuindo com 35 milhões para o PIB, e tenha criado mais de 340 empregos directos”, afirma a consultora que diz que “um cenário de inexistência do TCT ou de terminais de contentores em Lisboa poderia onerar a economia regional em cerca de 50 a 80 milhões de euros por ano (em 2048), respectivamente”.