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Portugueses falam menos ao telemóvel, cortam nas SMS e batem recorde de tráfego de dados

Em média, os residentes em Portugal falam sete minutos por dia ao telefone. Envio de SMS continua a registar fortes quedas, à excepção das mensagens de valor acrescentado, que aumentaram 27,5% no segundo trimestre.

Bloomberg
30 de Agosto de 2024 às 13:35
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Os smartphones vieram alterar por completo os hábitos dos consumidores. O número de chamadas de voz e SMS  tradicionais tem caído a pique, ao passo que o consumo de internet móvel não para de aumentar. E os recentes dados do regulador do setor confirmam a tendência.

No segundo trimestre deste ano, o tráfego de voz móvel, em minutos, diminuiu 1,2% face ao período homólogo.  O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel foi, em média, de 211 por mês, o que representa aproximadamente sete minutos por dia, detalha a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).  Em comparação com o ano anterior, o tráfego médio mensal diminuiu três minutos (-1,4%), acrescenta.

Estes números  mostram que a inversão da tendência do aumento do tráfego de voz ao telemóvel durante a pandemia covid-19 já ficou para trás, mas também são explicados pelo aumento do número de acessos.

No final de junho, o número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 10,8 milhões, mais 6,2% que em igual período do ano anterior. Este valor corresponde a uma taxa de penetração de cerca de 101,6 por 100 habitantes - mais 4,8 pontos percentuais do que no segundo trimestre de 2023. 

O aumento do número de utilizadores resulta da evolução positiva de utilizadores de internet no telemóvel (+6,6%) e través de PC/tablet/pen/router (+1,9%), detalha a Anacom.

SMS em queda livre

De abril a junho, foram enviadas cerca de 1,9 mil milhões de mensagens escritas, menos 16,2% do que no ano anterior.  Como a entidade liderada por Sandra Maximiano destaca, desde 2012 que se tem vindo a verificar uma tendência de decréscimo do volume de tráfego de SMS em resultado do aparecimento de formas de comunicação alternativas, nomeadamente os serviços de "instant messaging", como o WhatsApp ou o Messenger.

Além disso, durante os anos de 2020 e 2021, a queda do tráfego de SMS acentuou-se devido aos efeitos da pandemia. "A partir do segundo trimestre de 2022 retomou-se a tendência de decréscimo anteriormente registada", refere a Anacom.

Porém, os números do regulador mostram que o envio de mensagens de valor acrescentado aumentou 27,5% face ao segundo trimestre do ano passado, atingindo os 18 milhões. Um valor que corresponde a 1% do total de mensagens enviadas pelas famílias em Portugal.

Tráfego de dados em alta

Pelo contrário, o número de horas que passam a navegar na internet não tem parado de aumentar. No segundo trimestre, o tráfego de acesso à internet em banda larga móvel disparou  30% face ao mesmo período de 2023.

A Anacom explica que este aumento deve-se ao crescimento do número de clientes e, sobretudo, da intensidade de utilização do serviço. Cada utilizador  consumiu, em média, 11,6 GB por mês, mais 21,5% do que em igual período do ano anterior, o número mais elevado até à data. Analisando por segmento, "o tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router atingiu os 30,4 GB (+5%), enquanto o tráfego médio de internet no telemóvel cresceu 27,4% para 9,7 GB", detalha o regulador.

Em maio, a Vodafone tinha avançado que o tráfego de dados gerado pelos fãs da cantora Taylor Swift  no primeiro dia dos dois concertos no Estádio da Luz, a 24 de maio, tinha batido  recordes na rede operadora em Portugal, tendo "atingindo um total de 3,8 terabytes (TB) ao longo do espetáculo". O anterior recorde de tráfego de dados da Vodafone naquele estádio tinha sido registado 9 de setembro de 2023, durante o jogo entre o Benfica e o Futebol Clube do Porto.

A Meo continua a ser a operadora líder do segmento com 37,6% dos acessos móveis ativos, seguida da Nos (30,1%) e  Vodafone (28,2%). Seguem-se a Lycamobile e a Nowo, com quotas de 2,1% e 1,9%. Porém, as quotas da Meo, Vodafone e Nowo diminuíram 1,3 pontos percentuais (p.p.), 0,2 p.p. e 0,03 p.p., pela mesma ordem. Pelo contrário, a Nos e a Lycamobile reforçaram o seu peso em 1 p.p. e 0,5 p.p..

A Anacom estima ainda que o tráfego na rede 5G representou cerca de 17% do total do consumo de dados móveis, atingindo  7,8 GB mensais por utilizador. Até agora, nenhuma operadora cobra pelos tarifários 5G que foram lançados.

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