A Cellnex, operadora de infraestruturas de telecomunicações, anunciou esta terça-feira que planeia aumentar a remuneração acionista a partir de 2026. Entre esse ano e 2030, a empresa irá pagar um mínimo de 3 mil milhões em dividendos, revelou em comunicado.

"A partir de 2026, os acionistas podem esperar um dividendo mínimo de 500 milhões de euros por ano, com um crescimento mínimo anual de 7,5% nos anos seguintes", indicou, acrescentando que a empresa poderá ainda avançar com a recompra de ações ou antecipar o pagamento de dividendos dependendo do progresso na redução de dívida.

O objetivo é que a alavancagem se situe entre 5 a 6 vezes o rácio da dívida líquida/Ebitda a médio e longo prazo, "permitindo à empresa recursos adicionais para alocar à remuneração acionista e/ou crescimento industrial".

As notícias animaram os investidores, com as ações a subirem 4,44% para os 34,82 euros durante a sessão. A subida amenizou entretanto, com os títulos a valorizarem 1,59% para 33,87 euros.

O anúncio acontece no dia em que a empresa organiza o primeiro "Capital Markets Day" em sete anos, onde Marco Patuano (na foto), CEO da Cellnex, irá detalhar a estratégia para aumentar os lucros e reduzir a alavancagem da companhia.

Também hoje, a empresa anunciou que acordou a venda de 100% do negócio na Irlanda à Phoenix Tower International por 971 milhões de euros. A decisão vai a encontro da mudança de estratégia, que é focada em mercados "core". Trata-se do primeiro desinvestimento total da empresa, que está também presente em Portugal - onde detém a maior quota de mercado. 

A nova estratégia é conhecida nove meses depois de Marco Patuano ter assumido o cargo de CEO da empresa, sucedendo a Tobias Martinez.