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Altice, Nos e Vodafone querem "Big Tech" a repartir custos

O tema está em consulta pública a nível europeu e a Nos, Altice e Vodafone consideram que são necessárias medidas para combater a "desigualdade" entre os dois negócios.

Pedro Catarino
10 de Maio de 2023 às 21:46
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As principais operadoras de telecomunicações portuguesas defendem que é essencial ter as "Big Tech" a financiar parte dos custos das redes de alta velocidade, uma vez que são responsáveis por uma grande fatia do tráfego. Sobre qual deve ser o modelo, os operadores reconhecem que é complexo, mas dizem querer um maior equilíbrio.

"Deve haver um diálogo e uma negociação. Existe um desiquilibrio grande, a nossa pressão regulatória é muito superior", afirmou a CEO da Altice, Ana Figueiredo, durante um painel dedicado ao setor das comunicações no 32.º Congresso da APDC. "Não queremos é que isto se torne num imposto ou num financiamento publico. Deve haver um diálogo e uma negociação", acrescentou.

A responsável pela dona da Meo, que faz parte da Associação Europeia de Operadores de Redes de Telecomunicações (ETNO), afirmou que vai ter uma reunião com a responsável pela pasta da concorrência, Margrethe Vestager, "no próximo mês" sobre o tema. 

Também o CEO da Nos, Miguel Almeida, assumiu querer igualdade, dizendo que será "impossível continuar estes investimentos e assegurar preços aos cidadãos sem que este crescimento do investimento seja repartido". Deixou ainda questões à Anacom."[Qual] o pensamento da Anacom? Quem ouviu? Que opinião tem?", atirou, afirmando que nunca foi ouvido pelo regulador "sobre coisa nenhuma". 

Já o CEO da Vodafone, Luís Lopes, que está no cargo há pouco mais de um mês, afirmou que "qualquer solução terá de respeitar tudo o que se tem vindo a viver relativo à neutralidade [da rede]" e ter como base "uma lógica de justiça".

A Vodafone, disse, defende que o mecanismo resulte de uma negociação direta entre operadores e estas empresas grandes. "Não vai resultar se for uma negociação sem apoio do ponto de vista regulatório", acrescentou, defendedo que estas empresas operam em serviços que, "à luz do consumidor são quase indistinguíveis ao que o das telecomunicações fazem, mas na regulação nada tem a ver".


A UE lançou uma consulta pública sobre este tema - e outros -, sendo que o prazo termina a 19 de maio.

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