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Reclamações descem nas telecomunicações e sobem nos serviços postais
No terceiro trimestre, as queixas contra operadoras de telecomunicações diminuíram 5%, segundo a Anacom. Já no setor postal a tendência foi inversa, com a falta de tentativa de entrega de correio a dominar a lista de reclamações.
As reclamações no setor das telecomunicações diminuíram 5% no terceiro trimestre em termos homólogos, sobretudo devido à quebra nas queixas sobre comunicações eletrónicas. Já nos serviços postais voltaram a aumentar, tendo crescido 7%.
De julho a setembro, a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) recebeu 24,7 mil reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações. Um número que sustenta a queda que este segmento tem vindo a registar e que é impulsionada, sobretudo, pelas reclamações sobre comunicações eletrónicas que diminuíram de 12% para um total de 14,5 mil. Ainda assim, pesam 58% do total de reclamações.
A demora ou não resolução de reclamações são os motivos mais reclamados nas comunicações eletrónicas. "Em destaque também estiveram os aumentos relativos à faturação de valores após o cancelamento do serviço e a faturação de valores relativos a condições contratuais não concretizadas", que registaram um incremento de 2 pontos percentuais, detalha a entidade liderada por Sandra Maximiano em comunicado.
No que toca às queixas por operador, os dados do regulador mostram que a Nos foi a empresa que registou mais reclamações tanto em termos absolutos como relativos no terceiro trimestre de 2024. "Ao todo, a Nos registou 5,3 mil reclamações (37% do total do sector) e 1,8 reclamações por mil clientes". Porém, as reclamações contra este operador diminuíram 8% neste período.
A Vodafone registou 1,3 reclamações por mil clientes e um total de 4,8 mil reclamações (33% do total do sector), menos 10% do que em igual período do ano passado.
Já a Meo foi o prestador que registou o menor número de reclamações no sector: 0,8 reclamações por mil clientes e um total de 5 mil queixas (28% do total). A operadora detida pela Altice foi ainda a que registou a maior diminuição do volume de reclamações no terceiro trimestre do ano: menos 16% face ao mesmo período de 2023.
Os dados do terceiro trimestre ainda não incluem a Digi, que lançou a sua oferta comercial em Portugal a 5 de novembro.
Queixas do setor postal continuam a aumentar
No terceiro trimestre, Anacom registou 10,3 mil reclamações sobre serviços postais, mais 7% em termos homólogos. Atualmente, as queixas desta atividade já representam 42% do total do sector das comunicações.
Os CTT - que prestam o serviço universal postal - foram o operador mais reclamado, tendo sido alvo de 8,3 mil reclamações (81% do total). "Este número representa um aumento de 6% em comparação com o mesmo período de 2023".
Por sua vez, a DPD representou 9% das reclamações registadas (cerca de mil reclamações) e viu aumentar em 5% as reclamações no período em análise.
A Anacom destaca ainda o conjunto de outros prestadores postais menos reclamados (General Logistics, UPS, CEP II, DHL, entre outros), que representa cerca de 10% das reclamações do sector e registou o maior aumento neste período (+21%).
A falta de tentativa de entrega no domicílio continua a ser o motivo mais mencionado nas queixas sobre serviços postais, valendo 21% do total de reclamações do sector. Mas o atraso na entrega de correio nacional foi o motivo que mais aumentou, tendo subido 7 pontos percentuais (p.p.) face ao período homólogo . Já o atraso na entrega de encomendas foi o motivo que mais diminuiu (-5 p.p.).