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Medina diz que há "redução signiticativa" de encargos da Câmara com Web Summit, mas sem quantificar

O presidente da Câmara de Lisboa disse esta quarta-feira que a realização 'online' da edição deste ano da Web Summit significará uma "redução significativa" de encargos para a autarquia, mas escusou-se a quantificar qual será a diminuição da despesa.

Miguel Baltazar
25 de Novembro de 2020 às 18:41
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"Há uma redução significativa de encargos face àquilo que foi a edição do ano anterior", afirmou Fernando Medina (PS), durante a reunião pública da Câmara de Lisboa, depois de questionado pelo vereador do PSD João Pedro Costa.

Interrogado pelo vereador social-democrata se não poderia apresentar "a ordem de grandeza" da redução, o presidente da Câmara de Lisboa disse não puder naquele momento apresentar o valor, reiterando apenas que a redução de encargos "é significativa".

Segundo Fernando Medina, estão em causa "várias rubricas", que têm que ver com as instalações do Altice Arena - "que são bastante significativas" - questões relacionadas com o policiamento ou a limpeza do espaço público.

Questionado se a autarquia não irá então transferir para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) os três milhões previstos, o presidente da Câmara de Lisboa insistiu que estão previstas "vários tipos de despesas", umas financeiras, relativas ao 'fee' [taxa] do contrato e outras relativas à realização física do evento.

"O que se manteve integralmente foi o cumprimento do contrato, nomeadamente na sua vertente relativamente à transferência financeira por parte da ATL com verbas decorrentes da taxa turística da cidade, o que não haverá são as despesas, significativas também, que anualmente se tem com a realização do evento cá", acrescentou.

Considerando que "esta informação é evidente e clara" e que já tinha informado a autarquia sobre as condições em que se ia realizar este ano a Web Summit, Fernando Medina referiu que haverá sempre da "opção da Câmara de Lisboa relativamente ao relacionamento com a Web Summit, particularmente em relação a este ano de 2020 e aos seguintes".

"Mas, isso é uma matéria de debate político", salientou, afirmando que o município fez uma opção pela "salvaguarda da saúde", devido à pandemia de covid-19, e "salvaguarda e proteção do próprio valor do evento para a cidade de Lisboa de fazer uma opção 100% digital".

O presidente da Câmara de Lisboa assegurou ainda que continua "a ser feito um trabalho muito intenso" e que a autarquia continuará a aproveitar "os enormes benefícios da relação contratual que tem, quer relativamente à internacionalização e projeção de 'startup's' portuguesas, quer da atratividade de Lisboa como local de destino de investimento de empresas de base tecnológicas".

"Isso não parou", garantiu, considerando que "qualquer observador atento" perceberia que esta seria uma "altura absurda" para alguém que quer ter uma estratégia de desenvolvimento económico se afastar do que é hoje "um dos grandes motores de atração de empresas tecnológicas".

"Quem acha que é este o momento para desvalorizamos a aposta que fizemos e que temos de fazer na atração deste investimento e destas empresas e da relação com este meio, quem acha isso não percebeu nada da importância que isto tem para a nossa cidade e o nosso país", afirmou.

Em 2018, o Governo, a Câmara Municipal de Lisboa e a Connected Intelligence Limited assinaram um contrato relativo à organização do evento internacional Web Summit em Portugal no período entre 2019 e 2028.

Na altura, a cidade de Lisboa garantiu a organização da Web Summit mediante investimentos anuais de 11 milhões de euros. Deste valor, três milhões de euros são investimento municipal e oito milhões são assegurados pelo Governo.

Hoje de manhã, o vereador do BE da Câmara de Lisboa, Manuel Grilo, já tinha dirigido um requerimento ao presidente da autarquia a questionar as alterações das condições da realização da Web Summit e a pedir explicações sobre o destino dos 11 milhões de euros que a organização recebe anualmente.

No parlamento, o CDS-PP, através do deputado João Gonçalves Pereira, que é também vereador da Câmara de Lisboa, também tinha questionado o primeiro-ministro se Portugal vai "financiar o evento virtual mais caro de sempre", mantendo o investimento anual de 11 milhões de euros relativo à organização da Web Summit.

 
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