Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Google quer responder a perguntas que ainda nem fizemos

Durante duas décadas, digitar uma linha de texto numa barra de pesquisa em branco foi a maneira de quase todos interagirmos com o Google. Agora, a empresa vai assumir um papel ainda mais activo para guiar os utilizadores pela internet.

Bloomberg
30 de Setembro de 2018 às 10:00
  • ...

A gigante do motor de busca anunciou uma série de novidades num evento para comemorar seu 20º aniversário na passada segunda-feira. Um feed de notícias parecido com o do Facebook, com vídeos e artigos que a empresa considera que o utilizador pode achar interessantes aparecerá agora na página inicial do Google, logo abaixo da barra de pesquisa em todos os navegadores móveis.

 

"Isso ajudará a encontrarmos coisas que nem começámos a procurar", explicou Karen Corby, gestora de produtos da equipa do motor de busca do Google, numa publicação no seu blog.

 

A empresa também apresentou uma ferramenta que permite que as pessoas guardem as buscas, com a opção de as recuperarem mais tarde. E acrescentou que apresentará mais informação directamente nos resultados da busca, o que ajudará as pessoas a encontrarem o que estão à procura sem terem de clicar noutros websites.

 

A unidade da Alphabet quer expandir sua presença na web e fazer com que as pessoas passem mais tempo directamente no Google do que noutros sites. No seu afã de ajudar as pessoas a encontrarem as informações que procuram, a empresa assumirá tarefas que antes eram feitas por outros.

 

Longo caminho

 

A empresa já percorreu um longo caminho desde que Sergey Brin e Larry Page criaram em 1998, numa garagem de Menlo Park, Califórnia, um motor de busca que classificava os sites baseado-se no número de outros sites que tinham links para eles.

 

Derrotou rivais como Excite, Yahoo e Ask Jeeves e construiu uma dos negócios mais lucrativos do mundo. A Google foi uma das primeiras empresas a perceber que um serviço de pesquisa poderia tornar-se um gigantesco funil digital onde milhares de milhões de pessoas digitam as suas necessidades e desejos.

 

O dinheiro começou a fluir quando a empresa começou a mostrar anúncios relevantes ao lado dos resultados das pesquisas, o que permitiu que profissionais de marketing tivessem acesso aos clientes no momento certo e medissem com precisão o desempenho das suas campanhas.

 

A empresa usou essa máquina de fazer dinheiro para criar outros serviços de internet, muitos deles gratuitos, como o sistema operativo para dispositivos móveis Android, e-mail e mapas digitais. A aquisição do YouTube por 1,65 mil milhões de dólares em 2006 transformou a Google numa grande operadora cultural e deu-lhe outro público enorme para vender os seus anúncios.

 

Após uma juventude exuberante, a Google entrou no equivalente corporativo da vida adulta em 2015, quando se reorganizou como Alphabet, uma holding para todos os complementos que surgiram.

 

Agora a Google está a chegar à meia-idade, o que traz novas responsabilidades, decepções e julgamentos. Órgãos reguladores na Europa estão a desafiar o seu modelo de negócios e a multar duramente a empresa por violar leis da concorrência. A Google vai recorrer. Nos EUA, os políticos transformaram-na num saco de pancadas. Os teóricos da conspiração encontram legiões de seguidores no YouTube e o seu serviço de notícias tem tido dificuldades em filtrar informações falsas imediatamente após desastres e outros grandes eventos noticiosos.

 

Ainda assim, o principal negócio de pesquisa da Google tem-se mantido notavelmente resiliente, produzindo um fluxo de lucros cada vez maior. As acções da Alphabet acumulam uma subida de 12% este ano, tornando-a a quarta cotada mais valiosa do mundo, atrás das gigantes da tecnologia Apple, Amazon.com e Microsoft.

(Título original: Google Wants to Answer the Questions You Haven't Even Asked Yet)

Ver comentários
Saber mais Apple Sergey Brin Larry Page Alphabet Google Karen Corby Menlo Park Califórnia Facebook YouTube Ask Jeeves Android EUA Europa Amazon Microsoft
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio