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Drones de entrega de encomendas dependem da previsão do tempo por quarteirão

Imagine uma previsão do tempo tão exacta que forneça projecções de rajadas de vento para cada quarteirão de uma cidade. Em breve, dados meteorológicos tão específicos poderão tornar-se uma realidade – e uma necessidade para as futuras frotas de drones de entrega.

24 de Junho de 2017 às 18:00
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À medida que Amazon.com, United Parcel Service, Domino’s Pizza e outras empresas se preparam para lançar a entrega de livros, remédios e pizzas com drones autónomos, as companhias estão a perceber que a qualidade dos dados meteorológicos hiperlocais é o principal factor para que seus pacotes evitem nuvens de chuva e atravessem a ventania dos desfiladeiros urbanos.

 

"A questão do clima é muito importante", disse Sean Cassidy, director de segurança e assuntos regulatórios da unidade de drones da Amazon. "Não existe nada com o nível de detalhes que necessitamos para operar."

 

Há iniciativas em andamento para desenvolver sistemas de administração do tráfego que prevejam as condições meteorológicas de cada quarteirão de uma cidade a altitudes de apenas 121 metros. Isto promete abrir as portas para o santo graal dos serviços com drones: voos automáticos que façam entregas sem serem controlados por pilotos em solo, como actualmente.

 

Sistemas

 

As previsões do tempo para drones dependerão de sistemas com várias camadas de indicadores meteorológicos em solo, sensores nos próprios drones e dados dos serviços meteorológicos nacionais, e tudo isso alimentará modelos informáticos, disse Marcus Johnson, engenheiro aeroespacial do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, em Moffett Field, Califórnia. "Não é uma solução fácil", disse.

 

Áreas urbanas representam um dos maiores desafios. Prédios altos criam canais de vento que podem colidir e formar remoinhos potentes, explica Matthias Steiner, vice-director do Programa de Aplicações de Aviação, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA. Uma calçada ensolarada em frente a outra com sombra do outro lado da rua pode produzir ondas de calor desiguais, facto que causa correntes descendentes e ascendentes imprevisíveis. Os padrões meteorológicos de cidades no litoral ou no sopé de uma montanha também podem provocar muita confusão.

 

Experiências

 

A BNSF Railway – a única empresa que faz voos de longa distância com drones nos EUA, projecto que assumiu como parte de um estudo da Administração Federal de Aviação do país – cancelou voos em andamento ou ainda no solo por causa das condições climáticas, disse Todd Graetz, director do programa de drones da BNSF. A ferroviária tem uma grande vantagem em relação a outras empresas que querem começar a operar drones: sensores localizados ao longo das suas ferrovias que transmitem informações sobre ventos e chuvas fortes aos comboios, dados que podem ser usados pelos operadores de drones da BNSF.

 

Do outro lado do mundo, no Ruanda, uma empresa chamada Zipline tem usado drones com asas fixas para entregar sangue a hospitais rurais desde Outubro. No geral, a iniciativa tem sido bem-sucedida, mas o clima é um grande obstáculo – especialmente nas regiões montanhosas. A Zipline está a trabalhar com especialistas para construir modelos e assim poder criar cenários hipotéticos para os seus drones em diferentes condições.

 

Quanto mais dados sobre o clima houver, melhor, disse Keenan Wyrobek, co-fundador da Zipline. "Na verdade, a ideia é fazer com que os sistemas consigam suportar as condições de ventos e rajadas mais loucas, para garantir que o vento não jogue seu drone contra um morro ou uma casa."

 

Título original em inglês: Block-by-Block Weather Forecasting? Drone Delivery Depends on It

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